Lando Norris garantiu 25 pontos ao conquistar a pole position e cruzar a linha de chegada em primeiro lugar em uma corrida dominante no GP de Singapura.
Mas poderia ter somado 26, não fosse o fato de Daniel Ricciardo roubar a honra da volta mais rápida, conquistada depois de ir para os boxes trocar os compostos de pneus macios por um jogo de novos da mesma faixa, a três voltas do final da corrida.
Com isso, o australiano tirou o ponto bônus do desafiante ao título, dando uma mãozinha para Max Verstappen, que agradeceu o “presente” com um sonoro “obrigado, Daniel!”. Ricciardo pilota pela RB, a equipe irmã da Red Bull, suspeita de ter dado a ordem de execução da manobra.
Com essa subtração, Norris agora não depende só dele mesmo para ser campeão mundial, tendo que lidar com uma diferença de 52 pontos, a ser superada em seis finais de semana de corridas restantes no calendário.
O desfecho do GP de Singapura deixou a torcida britânica irritada, principalmente por considerar que o único objetivo foi mesmo o de atrapalhar o vice-campeão.
Afinal, já estava claro que Ricciardo terminaria fora do top 10, tanto que o ponto extra não foi creditado a ele na classificação (que terminou em último lugar) e nem mudou o resultado para o time.
Ao comentar o assunto, o competidor da RB não desmentiu, nem confirmou que as ordens vieram da ‘equipe mãe’. E estranhamente se sentiu até orgulhoso de seu último ato na F1 poder estragar a corrida pelo título, afirmando que “se isso ajudou Max, talvez seja um presente de Natal chegando se ele vencer por um ponto”.
Sem acusar diretamente, Andrea Stella, chefe da McLaren, classificou como “peculiar” ter sido justamente um piloto da equipe B da Red Bull, tirar o ponto da volta mais rápida de Lando Norris e ajudar Verstappen.
Basta fazer o raciocínio rápido de que o próprio Verstappen não conseguiu cravar uma volta rápida na corrida e não tinha mais tempo para trocar os pneus por compostos mais novos e ainda manter o segundo lugar na prova.
O presidente-executivo da McLaren, Zak Brown, também repudiou a manobra. “Isso ilustra mais uma vez que a questão das equipes A/B e da propriedade dupla na F1 precisa ser abordada, pois cria oportunidades para manipular resultados”, disse ele à Associated Press.
“Isso é proibido pelos regulamentos esportivos e precisamos garantir que esse tipo de incidente não aconteça novamente no futuro, já que em Singapura apenas uma equipe se beneficiou e não foi a equipe que fez a volta mais rápida,” concluiu.
São fortes os rumores de que Ricciardo será excluído da RB e substituído por Liam Lawson já a partir do GP dos Estados Unidos. Com isso, o diretor Laurent Mekies, justificou que “a equipe queria apenas dar a Ricciardo a oportunidade de fazer a volta mais rápida e ter uma corrida inesquecível”. E com certeza terá.
Mas não pelos motivos mais nobres!