Se a explosiva venda de ingressos para o GP dos EUA foi motivada pela queda de rendimento de Max Verstappen, que até então estava há oito etapas sem vencer, parecia que o tiro tinha saído pela culatra quando o público lotou as arquibancadas do Circuito das Américas no sábado de sprint, e viu o holandês encerrar o jejum ao chegar na frente, aproveitando uma bela pole cravada no dia anterior.
O triunfo veio sem maiores problemas e aumentou a pressão em cima de Norris. Lando, por sua vez, fazia boa corrida, mas um erro no fim o fez jogar o segundo lugar no lixo, com prejuízo de 2 pontos na tabela, elevando então a desvantagem para 54.

Veio a classificação no fim da tarde (à noite para nós aqui) e o piloto da McLaren devolveu o troco da única forma que poderia: com pole.
A galera que pagou ingresso enfim voltou a se encher de euforia e regressou ao COTA no domingo na expectativa de ver o circo pegar fogo na briga pelo mundial de pilotos.
Dada a largada, o carma de Norris – em não sustentar a primeira posição na volta de abertura – voltou a assombrar o britânico, que perdeu o posto já na primeira curva para Charles Leclerc, vencedor absoluto da prova.
Lando ainda foi punido em 5s por levar vantagem fora da pista em duelo com o rival, e perdeu o terceiro lugar no pódio e mais três pontos cruciais, elevando para 57 a diferença no campeonato, com o placar agora em 354 a 297.
Inicialmente, a McLaren acreditava que Verstappen seria o investigado, por ter forçado Norris a sair da pista na curva 12, mas os comissários concluíram que ele levou vantagem ao completar a manobra fora dos limites estabelecidos.

Andrea Stella, chefe da equipe, discordou da avaliação, destacando que ambos os carros saíram da pista durante o incidente. “Nós verificamos o vídeo várias vezes e vimos que o carro defendendo a posição, no caso o de Verstappen, simplesmente vai reto na curva. Os dois carros saem da pista. Se houve vantagem, então foi para os dois”, avaliou Stella.
Protesto registrado, para o público o que afinal valeu mesmo em Austin foi a performance de Charles Leclerc, tão incrível que não há adjetivos suficientes para descrever o show que o britânico deu na pista ao ofuscar o brilho da briga pelo título.
Ele ditou o ritmo, e no momento de seu pit stop, tinha a vantagem de cerca de 11 segundos sobre o holandês. Leclerc venceu a corrida com dois movimentos importantes: a manobra de largada e o ritmo irreparável no primeiro stint com os pneus médios.
No segundo stint, seu ritmo com os pneus duros foi menos impressionante, mas suficiente para istrar a corrida e garantir a vitória.

“Estou muito feliz. Ainda buscamos o título. Falta muito, mas é um bom começo de rodada tripla”, comemorou.
A Ferrari não tinha rivais no Texas. E até Carlos Sainz, revivendo os bons momentos em Baku, voltou a saborear a subida ao pódio, chegando em segundo lugar no Circuito das Américas, para garantir a dobradinha italiana.
Com Verstappen fechando o pódio, a Red Bull ainda viu Sergio Pérez se esforçando ao máximo e conseguir se segurar no Top 10, fechando a prova em 7º lugar.
Ainda assim, seu futuro na Fórmula 1 continua sendo um ponto de interrogação.
Embora o piloto mexicano tenha contrato com a equipe até o final da temporada, há fortes indícios de que sua permanência na na Red Bull pode estar ameaçada e que ele deve anunciar sua aposentadoria já no fim de semana, no Grande Prêmio do México.

A escolha do GP do México como palco para esse anúncio parece estratégica. Sendo a corrida em sua terra natal, isso daria a Pérez uma despedida honrosa, evitando a conotação negativa associada à uma demissão. Dessa forma, a Red Bull aponta para uma saída respeitosa e celebrar a contribuição de Pérez à equipe.
Vai ter brasileiro na pista
Se para os mexicanos a corrida no autódromo Hermanos Rodriguez poderá ter um tom de despedida, para os brasileiros, o GP do México terá um gostinho especial, uma vez que Felipe Drugovich vai estar na pista, participando do TL1 de sexta-feira.
Este será o primeiro contato do piloto com o AMR24 no ano, ocupando a vaga de Fernando Alonso na sessão inaugural de 60 minutos.
No GP da Cidade do México, a Fórmula 1 desembarca com um placar bem alterado depois da 19ª rodada de Austin:
MUNDIAL DE PILOTOS
- 1) Max Verstappen, 354 pontos
- 2) Lando Norris, 297
- 3) Charles Leclerc, 275
- 4) Oscar Piastri, 247
- 5) Carlos Sainz, 215
- 6) Lewis Hamilton, 177
- 7) George Russell, 167
- 8) Sergio Pérez, 150
- 9) Fernando Alonso, 62
- 10) Nico Hülkenberg, 29
- 11) Lance Stroll, 24
- 12) Yuki Tsunoda, 22
- 13) Alexander Albon, 12
- 14) Daniel Ricciardo, 12
- 15) Kevin Magnussen, 8
- 16) Pierre Gasly, 8
- 17) Oliver Bearman, 7
- 18) Franco Colapinto, 5
- 19) Esteban Ocon, 5
- 20) Liam Lawson, 2
- 21) Zhou Guanyu, 0
- 22) Logan Sargeant, 0
- 23) Valtteri Bottas, 0
MUNDIAL DE CONSTRUTORES
- 1) McLaren/Mercedes, 544 pontos
- 2) Red Bull/Honda RBPT, 504
- 3) Ferrari, 496
- 4) Mercedes, 344
- 5) Aston Martin/Mercedes, 86
- 6) Haas/Ferrari, 38
- 7) RB/Honda RBPT, 36
- 8) Williams/Mercedes, 17
- 9) Alpine/Renault, 13
- 10) Sauber/Ferrari, 0