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Alta Velocidade
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“Samba, suor e cerveja”

Em uma prova dominada pela Mercedes, o público aplaudiu a segunda vitória de George Russell na temporada, com Hamilton em 2º

João Luiz da Fonseca

25/11/2024 14h57

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Na terra dos cassinos, Max Verstappen tirou a sorte grande ao conquistar o campeonato mundial de Fórmula 1. Ele largou e fechou o GP de Las Vegas na quinta posição, uma à frente de Lando Norris, seu concorrente direto ao título. Foi ”no bico do corvo”, ou o mínimo suficiente para garantir o título de pilotos 2024.

Em uma prova dominada pela Mercedes, o público aplaudiu a segunda vitória de George Russell na temporada, com Hamilton em segundo lugar, garantindo a dobradinha do time de Brackley, que deu um show nos três dias de atividades na Strip, dominando os treinos livres, conquistando a pole position e a celebrando a dobradinha no pódio.

Verstappen acompanhou a festa dos concorrentes e também vibrou com a sua. Ele se diz “muito orgulhoso” com o título particularmente desse campeonato, considerando que em 70% da temporada não teve ”o carro mais rápido”.

E não é só isso. O tetra veio em um ano de muita tensão dentro e fora das pistas, marcado por conflitos entre seu pai e o chefe da equipe, a saída de Adrian Newey e a perda de ritmo da Red Bull.

Depois do título também suado em 2021, Verstappen ganhou com folga em 2022 ao conquistar 15 vitórias para cravar o bicampeonato. Como se não fosse suficiente, melhorou ainda mais a própria marca em 2023, ano do tri: incríveis 19 triunfos em 21 corridas.

E tudo parecia que em 2024 seria “melzinho na chupeta” , com a equipe mantendo facilmente a sequência de soberania.

Mas, diferente disso, o holandês teve que lidar com um carro cheio de altos e baixos e com um avanço expressivo da McLaren, liderada por Lando Norris. Por isso foi também o mais desafiador dos quatro campeonatos mundiais do piloto de 27 anos.

Ter sido superado por uma McLaren incrivelmente rápida durante quase toda a segunda metade do ano e lutar com um BR20 sambando nas pistas – que ele mesmo chegou a xingar de “monstrengo“ -, não estava em seus planos.

Então o título veio como uma demonstração impressionante de determinação e resiliência, ao ser obrigado a buscar um desempenho além das limitações do equipamento.

Por que havia uma pedra no meio do caminho : a sequência de dez corridas sem vitória da Red Bull, que permitiu que Norris se aproximasse na classificação de pilotos, colocando Verstappen em uma situação de risco.

Precisou ter até episódio de apelação no GP de Singapura, com a RB (equipe satélite da Red Bull Ring) mandando o piloto Daniel Ricciardo trocar os pneus do carro no final da corrida para tirar o ponto de volta mais rápida de Norris e favorecer o holandês, para depois desse feito polêmico despachá-lo sem qualquer cerimônia (nem de agradecimento).

Confrontos agressivos nos GPs dos EUA e do México, também ilustraram essa tensão.
No México, Verstappen recebeu duas penalidades de dez segundos por forçar o piloto da McLaren a sair da pista.

A disputa seguiu efervescente até chegar ao Brasil, onde Norris tinha a faca e o queijo na mão, era o favorito a vencer o GP de São Paulo, mas deixou a vitória e a chance real de título escapar.

O piloto da McLaren acabou por jogar a toalha. Verstappen pegou e com ela enxugou o suor, respirou fundo e, ao cruzar a linha de chegada em Las Vegas na madrugada de domingo, sentiu o alívio imediato.

Estava acabado. A temporada difícil chegou de certa forma ao fim, com duas etapas de antecedência. E o que mais ele poderia dizer depois disso tudo?

“Fiquei sem cerveja”, simplesmente respondeu, quando perguntado sobre como iria comemorar o tetra.

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