O diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Antonio José Roque da Silva, recebeu na noite desta quinta-feira (8) o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia 2025, na sede da Escola Naval, no Rio de Janeiro. Concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a premiação é uma das mais importantes da ciência brasileira e, nesta edição, contemplou a área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias.
José Roque foi reconhecido por sua trajetória na ciência brasileira, marcada especialmente pela contribuição ao CNPEM desde 2009 e como diretor-geral desde 2018. Ele foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Sirius – o maior e mais avançado equipamento científico já construído no país, localizado no campus do CNPEM, em Campinas (SP). O acelerador de partículas de última geração colocou o Brasil entre o seleto grupo de países que dispõem de infraestrutura científica de ponta.
“É uma honra receber este prêmio entre tantos amigos e com pessoas que foram importantíssimas para eu chegar aqui hoje. Represento centenas, para não dizer milhares, de brasileiros que ajudaram a construir o CNPEM. O centro é hoje um símbolo da capacidade da ciência brasileira. Por isso, hoje eu me sinto representando aqui a ciência brasileira e sua capacidade de realizar algo de vanguarda, como o Sirius e em breve o Orion”, disse José Roque ao receber o prêmio.
Ele também destacou o significado pessoal e simbólico do reconhecimento. “Ganhar o prêmio Álvaro Alberto é uma grande honra. Ao reverenciar o Almirante Álvaro Alberto, destaca a importância de termos pessoas não conectadas diretamente ao Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia defendendo e apoiando o fazer científico. É central reforçarmos o apoio popular à ciência nacional, que muitas vezes é posta em risco.”.

O prêmio é concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O diretor também recordou sua trajetória, que começou com uma bolsa do próprio CNPq. “Receber o reconhecimento do CNPq é uma grande felicidade e remete à minha trajetória profissional. Há tempos fui bolsista da instituição e, agora, recebo o reconhecimento dos meus pares por meio desse prêmio – concedido pelo Conselho Nacional que foi, e continua sendo, fundamental para o fortalecimento da ciência brasileira.”
José Roque atualmente coordena também a implantação do Projeto Orion, complexo laboratorial inédito na América Latina para o estudo de patógenos e ameaças biológicas emergentes. O Orion contará com o primeiro laboratório de máxima contenção biológica (NB4) da região e será o único no mundo conectado a uma fonte de luz síncrotron, o que representa um avanço científico estratégico para o Brasil diante da iminência de novas epidemias.
“Estar à frente de mais um grande projeto inovador é desafiador e um grande privilégio. O sucesso do Sirius e o avanço do Orion são frutos da dedicação de milhares de pessoas. A ciência é um esforço coletivo”, afirmou Roque, que também agradeceu aos professores, colegas, pares e à família pelo apoio ao longo da carreira.