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Analice Nicolau
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Opinião: Dizer não, para poder dizer sim

Analice Nicolau

10/03/2021 8h00

Atualizada 09/03/2021 23h07

Opinião: Dizer não, para poder dizer sim

Ninguém falou que seria fácil. Em pleno século 21 ainda lutamos pela igualdade. Lutamos para aprender a dizer não para aqueles que insistem em nos diminuir. A discussão é diária, ainda precisamos entender nossa sexualidade, quando escrevo isso, não estou falando apenas de sexo, mas do poder que temos dentro de nós. Geena Dune, conhecida como G. D. Anderson, uma feminista e escritora australiana diz uma frase que define bem esse poder feminino “ Feminismo não é sobre tornar mulheres fortes. As mulheres já são fortes. É sobre mudar a forma que o mundo vê essa força”.

Evoluímos sim, hoje mais do que nunca podemos dar voz às nossas dores, nossos desejos e nossas inquietações. Quando o assunto é sexualidade, é necessário desmembrar tudo aquilo que integra o ser feminino como um todo, seus valores mais enraizados, seu papel na sociedade, a família, o amor-próprio dado, e também o recebido pelos outros, crenças, ideologias, trabalho, amizades e etc.

Todos os dias desempenhamos vários papéis na esperança de manter o equilíbrio entre tudo e todos, porém muitas vezes esquecemos de ser livres, a pressão de equilibrar a mulher mãe, a mulher trabalhadora, a mulher amante, nos faz esquecer de sermos simplesmente mulheres, temos o direito de sermos intensas, ou acham que com tantos hormônios correndo em nossos corpos seria diferente? Não podemos nos diminuir para caber no mundo dos outros. Que os homens entendam que não somos inimigas e sim complementos, que um grande homem não precisa ter uma grande mulher atrás e sim ao seu lado.

É fundamental pesar na balança todos os artifícios dos quais a mulher se utiliza para levar uma vida vibrante, intensa, relacionando-se bem consigo mesma e, consequentemente, com as demais pessoas que a cerca. Para muito além do sexo, a sexualidade engloba todos os papeis da mulher, desde sua infância aos dias atuais. Dos antigos tratamentos equivocados da histeria que fizeram parte da história da humanidade até hoje, muitos outros mitos sobre a sexualidade e o corpo da mulher continuam sendo disseminados em cima do contexto de tabus e desinformação.

Mas agora, podemos nos olhar, podemos nos descobrir, podemos nos tocar, mesmo que para algumas esse paradigma ainda esteja enraizado em crenças que nos limitam, que herdamos de nossas famílias. Quando você se aceita como é, isso é amor próprio, é saber dizer não pela sua própria saúde mental e por “ser mulher”. Que dentro de nossos lares possamos ser fortes, com opinião, e não submissas às ordens daqueles que continuam a nos manipular. Que possamos também dividir, fortalecer. Que possamos nos expressar sem medo de ouvir piadas sexistas dos amigos, dos familiares ou até mesmo daqueles com quem dividimos a cama. Isso é sexualidade. Se expresse, fale, grite, pois ser mulher vai muito além da ideia que você tem sobre si.

Para começar é necessário uma pequena dose de “NÃO” e assim possamos, como mulheres modernas, sermos mais ativas na nossa sexualidade e dentro de nosso real papel na sociedade.

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