Brasília completa 61 anos de idade. Essa jovem senhora celebra seu aniversário mais uma vez com a discrição exigida por uma pandemia que não permite aglomerações. E entre os diversos elementos que compõem a história da nova Capital, o Lago Paranoá é, sem dúvidas, um dos mais simbólicos.
Artificial, o nosso lago surgiu do represamento do Rio Paranoá. Mas a ideia de um lago com essa dimensão (atualmente com cerca de 48 quilômetros quadrados) no Planalto Central foi esboçada ainda pela Missão Cruls (1892 – 1894). Em 1958, a NOVACAP (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) iniciou as obras, e o resto é história.
A mil metros acima do nível do mar (cota mil), o Lago é um espaço de lazer que vem se abrindo para novos formatos nos últimos anos. O lazer náutico, em especial, é significativo, com a terceira maior frota náutica do país (atrás apenas de Rio e São Paulo). O mais interessante é que o lazer náutico ( pelos seus custos) vem se democratizando nos últimos anos.

Na semana do aniversário da Capital, fui convidado pela Premier Jet, maior gestora de cotas náuticas do Centro-Oeste e segunda maior do país, para navegar com uma lancha Thetys 31. Cruzamos da marina até o pontão e, de lá, seguimos até a Ermida Dom Bosco.
Para os apaixonados por motores, a Thetys 31 é música para os ouvidos. Com seu potente Mercury V8 (Big Block) 8.2 de 380 cavalos torna o eio ainda mais agradável. O sistema acústico esconde toda a força e potência do motor, mas é claro que eu abri o compartimento para ouvir o V8 acelerando nas águas do Lago.

Para você que não conhece, o sistema de cotas náuticas permite a aquisição de uma cota de embarcação que é gerenciada por uma empresa. A empresa se responsabiliza pelo sistema de agendamento de uso entre os cotistas, a manutenção, e todos os demais cuidados com a embarcação. Além do custo ser muito menor do que a compra de uma embarcação no valor integral, o conforto de agendar e ter a lancha pronta para uso no lago sem maiores preocupações é um grande atrativo. Para melhorar, na marina da Premier Jet existe uma loja de conveniência com tudo o que você precisa para curtir o com sua família e amigos no Lago.
Mas voltemos ao eio. O lago é lindo e a lancha navega muito bem. Cabine com cama, banheiro, copa, churrasqueira com cooktop, deck, a lancha é uma verdadeira “casa” no lago. E olhar a cidade dessa “casa” é como se a gente estivesse vendo Brasília de dentro pra fora. Até o conhecido Pontão fica mais bonito visto dela.

Para mim, além de navegar em uma lancha V8, uma das coisas mais legais é ar embaixo de outro cartão postal da cidade, a terceira ponte, ela parece ainda mais bonita. O lago também tem muitos “cantinhos escondidos”, alguns até desconhecidos de quem não tem o costume ou nunca teve a oportunidade de explorar suas águas. Outros são bem famosos, como a Barragem e a Ermida Dom Bosco.
Ao ar na frente de uma Ermida cheia de visitantes, me vi dentro do lago isolado na lancha, apreciando a paisagem e me senti tranquilo. Em tempos de pandemia, o lazer náutico é uma opção segura. Estávamos em 4, todos com máscara e seguindo as recomendações da OMS. Em uma lancha de 12 lugares, 4 pessoas conseguem manter com tranquilidade o distanciamento social exigido pelo momento.

O Lago Paranoá é um escape, um espelho de água que reflete o melhor de Brasília. E o pôr-do-sol visto da lancha, de dentro do lago, é um show à parte. Nadando ou navegando, para nós, que vivemos distantes do mar, é um alento, um alívio, o nosso mar particular. Nos 61 de Brasília, saúdo a nossa cidade e desejo vida longa ao nosso lago onde pessoas, remos e motores se juntam para celebrar a vida.