A Câmara Legislativa do Distrito Federal iniciou a semana com uma discussão sobre a alteração do nome da estação de metrô 108 Sul para “Estação Enfermeira Anna Nery”. Aberto ao público, o debate acontece a partir das 10h na Sala de Comissões Pedro de Souza Duarte, na sede da CLDF.
Ana Nery foi mesmo uma pessoa muito especial: a primeira enfermeira voluntária do Brasil e patrona da Enfermagem no País. A proposta foi apresentada pela distrital Dayse Amarilio (PSB), ela própria enfermeira profissional. Ela justifica a homenagem destacando que a Estação da 108 Sul serve de referencial para a mais nova sede do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen)”, acrescenta a parlamentar, que é enfermeira obstetra.
O prédio – localizado na 208/209 sul, onde antes ficava a Casa d’Itália e o Teatro Goldoni – foi batizado de “Edifício Enfermeira Anna Nery” e será inaugurado este ano. De todo jeito, existe resistência.
Não se pode esquecer que se estabeleceu para Brasília o padrão de evitar nomes de pessoas para logradouros públicos. É a única cidade brasileira a não ter uma avenida Getúlio Vargas ou uma praça com o nome do santo de sua devoção.
Muita gente considera um absurdo ter-se uma ponte com o nome de Honestino Guimarães, que aliás tinha pouco a ver com a cidade e substituiu, pior ainda, o marechal Costa e Silva, que baixou o ditatorial Ato Institucional n° 5. A presidente do Conselho Comunitário da Asa Sul, Patrícia Carvalho reconhece o mérito de Anna Nery, mas pondera que a alteração do nome da estação pode criar “uma confusão na cabeça das pessoas”, tanto dos moradores como dos turistas, por afetar a “lógica dos endereços” de Brasília, em especial na área tombada.
“Se cada estação receber o nome de uma pessoa diferente, as pessoas vão começar a ficar perdidas”, avalia. No fim, foi o ponto de vista que prevaleceu. Por limitações financeira e jurídicas, permaneceu o nome de Estação 108. Como alternativa, porém, a estação terá ambientação visual em homenagem à patrona da enfermagem no Brasil.
Aliás, vale a pena lembrar que a primeira enfermeira da história surgiu onde ocorre a pior das guerras atuais: Florence Nightingale instituiu o primeiro serviço de socorros médicos na Guerra da Criméia, atual Ucrânia.