Há alguns meses, coronéis da reserva da Polícia Militar tomaram um café com o ex-governador, presidente regional do PMDB e atual representante do governo interino de Michel Temer no Distrito Federal, Tadeu Filippelli (foto). Entre xícaras e pães, os antigos oficiais buscaram apoio para a recomposição salarial das tropas e do Corpo de Bombeiros. Logo depois, na defesa da revisão do plano de carreira da Polícia Civil, o deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) levantou a bandeira da Federalização da Segurança Pública brasiliense. Em resumo, o parlamentar propõe que o Palácio do Planalto assuma o comando e a gestão de todas as forças regionais, deixando o Palácio do Buriti para escanteio.
Impeachment, FCDF e ciumeira
Se o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff for aprovado pelo Senado, o governo Temer terá condições de articular reformas profundas no Brasil. Polícia Militar, Civil e Corpo de Bombeiros são prioritariamente custeados pelo Fundo Constitucional do DF (FCDF), pago pela União. No Congresso Nacional, o fundo é objeto de inveja e criticas das bancadas estaduais. Estas são as peças e este é jogo até o momento. Na análise de um aliado político do Buriti, a gestão Rollemberg está a poucos movimentos de levar um xeque-mate.
Paralisações, Federalização e 2018
“Hoje o Fundo representa R$ 12 bilhões, sendo destinado prioritariamente para a Segurança, mas também ajuda na Educação e na Saúde. Uns R$ 6,5 bilhões vão para a Segurança. Agora pense comigo. Fazendo as contas, o governo Temer pode perfeitamente topar a Federalização. Para começar, diminuiria o valor total do fundo para acabar com a ciumeira no Congresso. O Planalto cortaria o e para Saúde e Educação, mas deixaria uns R$ 8 bilhões para pagar as forças de Segurança arcando todas as recomposições pleiteadas. Isso quebra as pernas do governo Rollemberg. Ao mesmo tempo, o Planalto ajuda, politicamente, Filippellli e o PMDB para as eleições de 2018. Em pelo menos um momento, houve uma conversa com a PM. No final da história, eles vão acabar ganhando os louros dos aumentos”, analisou o personagem, pedindo o sigilo da fonte. É uma leitura. E faz bastante sentido.
Óbitos evitáveis
Gutemberg Fialho, presidente do Sindicato dos Médicos do DF, revela que dez leitos da UTI do Hospital do Gama estão desativados. Por uma razão simples: o Buriti não pagou a empresa de home care responsável pela gestão da área. Para Gutemberg Fialho, o quadro confirma a existência, na rede hospitalar brasiliense, do que ele chama de “óbitos evitáveis”.
Mãe é mãe
O deputado Cristiano Araújo (PSD) apresentou proposta de lei na Câmara que obrigava o GDF a disponibilizar na internet, informações sobre o número de leitos de UTI disponíveis em toda a rede pública. O projeto tramitou, foi aprovado, seguiu para a sanção do governador e virou lei. Só que, outro pai apareceu para a ideia: o deputado Cláudio Abrantes (Rede). O parlamentar reivindicou o direito do projeto, já que proposta de autoria dele obrigando divulgação na internet as datas e horários previstos para consultas, exames e demais procedimentos da rede pública da saúde também tramitou pela Câmara, também foi aprovado e também virou lei. Com dois pais, eis que chega agora uma mãe na jogada: a deputada, Liliane Roriz (PTB).
Filho crescido
Liliane apresentou, antes de todos, projeto chamado de Lista Limpa da Saúde (Lei Distrital nº 5.221/2013). O texto obriga o GDF a quê? Publicar na internet todos os dados da Saúde. Sancionada pelo ex-governador Agnelo Queiroz há dois anos, a lei determina publicação digital dos dados de cada regional de saúde referentes à quantidade de leitos de UTI oferecidos e disponíveis; de médicos em cada período da escala e as especialidades médicas oferecidas e exames ofertados; o estoque dos remédios de cada uma das farmácias gratuitas, inclusive os de alto custo, e os seus respectivos telefones e endereços; e a classificação na fila de contemplados para cirurgia eletiva. Aliás, há poucos meses, o Ministério Público do DF chegou a cobrar da secretaria de Saúde o cumprimento da lei de Liliane. Enquanto brigam os pais pelo DNA de gêmeos, a mãe já está com o filho bem crescido.
Questão fechada
Antes mesmo de retornar para a Câmara, Joe Valle (PDT) fez questão de se reunir com os aliados do bloco Sustentabilidade e Trabalho. Com o regresso de Valle, o bloco será o maior da Casa, tendo cinco parlamentares. Na primeira reunião, o grupo decidiu que vai apoiar a Polícia Civil, que busca a isonomia com a Polícia Federal.
Questão aberta
Mas nem tudo é consenso no bloco. O grupo definiu que vai entrar na briga pela presidência da Casa, mas não bateu martelo quanto ao nome do candidato. Por enquanto, Israel Batista (PV) e Joe Valle (PDT) querem o posto. Ambos tem prós e contras. Batista é próximo do governador, mas não tem a mesma desenvoltura com os demais colegas de Legislativo. Valle não é tão alinhado com Rollemberg, mas em compensação tem muita afinidade com outros distritais, inclusive com a bancada do PT.
Pokémon (don’t) Go
O deputado Robério Negreiros (PSDB) deverá estar afastado da Câmara por 15 dias. O motivo? Machucou a perna. Como? Caçando pokémons com a filha mais nova. São novos tempos pessoal, novíssimos tempos.