Menos de seis meses após entrar com pompa e circunstância no PPS, como alternativa até para uma candidatura ao Buriti, o ex-senador Valmir Campelo já pensa em deixar o partido. Ficou sem espaço, por força da costura que deve unir o PPS a dois partidos que apoiaram a candidatura de Rodrigo Rollemberg quatro anos atrás — PSD e PDT — mais PRB e PCdoB. Nos bons tempos Valmir Campelo podia pensar em uma dobradinha com Cristovam Buarque, sendo um deles candidato a governador e outro a senador. Ou até poderia escolher, caso Cristovam disputasse o Planalto. Tudo isso é ado
Sem vagas
Com cinco partidos na coligação fica quase impossível o PPS conseguir lançar nomes a dois dos quatro cargos majoritários – governador, vice e dois senadores. Cristovam dificilmente será candidato a governador, mas seria a indicação natural para o Senado. Nova aventura presidencial está cada vez mais improvável.
De longe
Valmir Campelo estabeleceu uma boa relação com o presidente regional do PPS, Chico Andrade, apesar das diferenças históricas entre ambos. Valmir cresceu ao lado do então governador Joaquim Roriz, enquanto Chico Andrade é comunista histórico, dos tempos em que o PPS tinha o nome original PCB. Hoje é ele quem informa Valmir, que viajou em férias, de tudo o que acontece na nova frente partidária. Quando retornar, o ex-senador talvez já esteja em outro partido.
Doze partes iguais
O setor espera que com a aprovação da Lei Orgânica da Cultura (LOC) crie-se um ambiente acima da política, menos burocrático. Se aprovada, a LOC autorizará depósitos mensais de um duodécimo do valor anual de todo o montante do FAC direto no caixa da Secretaria de Cultura, sem precisar mediação da Fazenda. “Mostrou-se que a cultura não é prioridade. Além disso, tem o embate dentro do governo entre quem apoia o segmento e quem acha que não a de despesa. É uma queda de braço”. Rênio Quintas, maestro e representante do Fórum de Cultura do DF.
Enquanto isso…
Foi prorrogado até o dia 13 de fevereiro o prazo para participação na Consulta Pública Online que trata da Regulamentação da Lei Orgânica da Cultura (LOC).
Bandeira branca
Em tempos de pré-campanha, Rollemberg tenta acertar dívidas com categorias que não teve boa relação ao longo do mandato. Foram problemas com licenças-prêmio atrasadas, exclusões de servidores nas antecipações salariais, divergências nos reajustes salariais e até de inimigos número um do governador os servidores da saúde se denominaram. Enquanto o Executivo analisa emenda ao orçamento de 2018 no valor de R$ 36,5 milhões para pagamentos de pecúnias na Saúde, tenta acalmar os ânimos com a posse de 405 servidores da Secretaria de Saúde, além de 293 médicos, técnicos istrativos e de enfermagem, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas e nutricionista.
Novo capítulo
Foi protocolado ontem mais um ofício no Diretório Nacional do PSDB em tom de crítica ao atual presidente do partido, o deputado federal Izalci Lucas. O documento, em nome do ex-presidente da Juventude do PSDB e do Instituto Teotônio Vilela (ITV), Horácio Lessa Ramalho, entidade ligada à legenda, pede a abertura de um processo disciplinar contra Izalci e outros quatro funcionários do seu gabinete para investigar supostos crimes de injúria, calúnia e difamação. Parte dos problemas começaram no dia 9 de dezembro, durante Convenção Nacional do Partido, com trocas de ofensas. O desentendimento estaria sendo alimentado em grupos de WhatsApp.
Dia D
O cabo de guerra dentro do partido não acabará antes do dia 7 de fevereiro, quando acontece a reunião da Executiva Nacional do PSDB. Teoricamente, Izalci será presidente regional do partido até dia 4, data de encerramento do mandato. A pressão em cima do tucano pretende incentivar Geraldo Alckmin, presidente nacional, a trocar o comando da legenda no dia 7. Apesar da rusga focar Izalci, os insatisfeitos podem mudar de ideia se o restante da Executiva for alterada. Nesse cenário, Izalci até poderia continuar presidente do PSDB-DF.
Auxílio-moradia para conselheiros do TCDF
Voto vencido no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), o desembargador Carlos Rodrigues tentou manter a suspensão do pagamento do auxílio-moradia para os sete conselheiros do Tribunal de Contas do DF (TCDF) e três procuradores do Ministério Público de Contas do DF (MPCDF). “No patamar de provimentos (dos conselheiros e procuradores), creio que R$ 4.377,73 não farão falta”, argumentou. A cúpula da corte de contas estava com o benefício suspenso desde setembro ado, em função de ação popular questionando a benesse. Mas os argumentos de Rodrigues não encontraram eco. Agora, conselheiros e procuradores voltam a receber, inclusive com o retroativo dos últimos meses.
Ainda falta discutir o mérito
O julgamento de ontem, analisou apenas a suspensão do auxílio-moradia. Sem data marcada, o TJDFT julgará o mérito da questão. Para tanto, os desembargadores aguardam a manifestação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Em março, o Supremo Tribunal Federal (STF) deverá analisar a celeuma nacionalmente, afinal o benefício é pago juizes e membros do Ministério Público em todo território brasileiro, enfim toda magistratura. O relator será o ministério Luiz Carlos Fux. Por enquanto, o STF sinaliza que poderá suspender em definitivo o benefício. Que pode parecer uma mixaria para alguns, mas é superior ao rendimento de milhões de famílias carentes pelo Brasil.