Coincidência ou não, mas justamente nessa semana em que o deputado distrital Wellington Luiz (PMDB) assumiu a presidência da Câmara Legislativa, o Executivo não mandou representante na reunião do colégio de líderes, ontem. O peemedebista fica no lugar do presidente Joe Valle (PDT) até o dia 15 de novembro, pelo menos, quando ele retorna de um evento voltado para o setor produtivo na Espanha. A votação de hoje é pautada prioritariamente por projetos de autoria dos deputados e vetos. O curso, diz Wellington, seguirá normalmente. “Não tem nada de diferente. Os projetos polêmicos ja foram votados e, hoje, o Executivo não apresentou nada. Não sei se foi por coincidência, mas não teve nem sequer representantes no colégio de líderes”, contou.
Concurso na pauta
A agenda dele fora da Casa deve ser movimentada. Para começar, já marcou uma reunião com a presidente da Tribunal de Contas do DF, Anilceia Machado, para tratar do assunto que é prioridade dessa gestão: o enrolado concurso para a Câmara Legislativa, que é alvo de duas representações na Corte.
A confusão no PMDB
Na vida partidária, no entanto, o agito é ainda maior. Inconformado com o convite do ex-vice-governador Tadeu Filippelli para o advogado Ibaneis Rocha se filiar ao PMDB, Wellington diz que não irá à cerimônia de filiação marcada para amanhã. “Há ainda aquele clima de acirramento”, resume ele.
Vai sair?
Convites de filiação em outras legendas já brotam para o vice-presidente da Câmara Legislativa. Um deles é do PTB. “Mas não pretendo sair o PMDB, pretendo lutar para que o PMDB seja um partido mais fortalecido e isento”, diz, em tom mais tranquilo que o da semana ada, quando ele estava furioso mesmo com o convite a Ibaneis. “O convite do PTB nos honra muito. Sem dúvida, me deixa lisonjeado, mas, no momento, pretendo lutar para fortalecer o PMDB”, conta.
Balanço
Em tempos de crise com a segurança pública e de negociações de policiais civis em busca de paridade salarial com a Polícia Federal, o sindicato que representa a categoria fez um levantamento dos crimes ocorridos durante o feriadão de Finados, entre 1 e 5 de novembro. A entidade classificou como “cenário de guerra” os dias que deveriam ser de descanso na capital, conforme lembra a entidade. Chama a atenção o número de roubo a pedestres (301), roubo de veículos (78), roubo em transporte coletivo (39), furtos de celulares (434), furtos em residência (770, furtos em comércio (44), furtos diversos (389), homicídios (11) e estupros (15).
Mais uma vítima
Os furtos em interior de veículos somaram 113 nestes quatro dias. E olha que uma parcela de vítimas, ciente da impunidade, ainda deixa de registrar ocorrências e a sensação é de que esses tipos de crimes se multiplicam. Ontem, uma cidadã, ao pedir as imagens das câmeras de segurança de uma clínica na L2 Sul, foi informada que ela não foi a única vítima de furto dos últimos dias, já que é corriqueiro o registro de crimes dessa natureza no local. As imagens mostram que, em poucos minutos, um homem consegue quebrar o vidro traseiro, abrir o porta-malas, levar o estepe e uma pasta contendo um computador recém adquirido, um HD, agenda e documentos. Mais uma vítima. Que vai entrar na próxima estatística.
Receitas compartilhadas
Está na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado um projeto de lei que garante ao Tribunal de Justiça do DF 10% das receitas dos cartórios da região. Para o relator, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB–RN), a proposta é positiva, já que traz uma fonte de recursos independente e alternativa às atuais.
Temporada de doações
A Procuradoria-Geral da República (PGR) se prepara para doar bens móveis classificados como antieconômicos. De acordo com o edital, publicado ontem, já começa a contar o prazo para manifestação dos interessados, que é de 15 dias corridos. Entre os bens, estão detectores de metal, sistema de alarme, materiais médicos, odontológicos e de berçário, contêineres para lixo, materiais bibliográficos, eletrodomésticos diversos, equipamentos de informática, materiais de segurança e ferramentas de oficina.
Desgosto
Na propaganda partidária do PMDB, o presidente do partido no DF, deputado federal Izalci Lucas, insinua que o governador Rodrigo Rollemberg compra apoio político usando dinheiro público. “Mas nenhum governador consegue comprar respeito”, diz adiante.