Em cerimônia que se estendeu por toda a noite de segunda-feira, 31, a Câmara Legislativa do Distrito Federal sediou uma homenagem aos 103 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Foi homenageado o senhor Antônio Gomes Neto, o mais antigo militante vivo do PCdoB.
Atualmente com 85 anos, ele se filiou ao PCdoB na década de 70, ainda durante a ditadura militar, quando o partido era clandestino. Hoje o partido está federado ao PT e tem apenas sete deputados. O evento foi proposto por um petista, o distrital Gabriel Magno, que ressaltou a participação do PCdoB nos governos do PT e o histórico de “lutas contra as tentativas de golpes no Brasil”.
Ele destaca que “o PCdoB é um dos partidos políticos mais longevos e importantes da história do Brasil”. A maior atração, porém, foi o presidente regional do PCdoB, João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, deposto em 1964. Bem na moda, ele lembrou a amizade entre seu pai e o então deputado Rubens Paiva.
Realmente, Paiva era deputado na época do governo Goulart e pertencia ao PTB do presidente, embora jogasse mais à esquerda. Recordou que o pai pediu que Rubens Paiva fosse o relator da I do IBAD entidade responsável por financiar, disse ele, 174 parlamentares federais com dinheiro estrangeiro.
João Vicente surpreendeu, porém, ao defender uma investigação maior sobre as mortes de Juscelino Kubitschek, do próprio João Goulart e do maior inimigo de ambos, Carlos Lacerda, que pouco antes de morrer aproximou-se dos antigos adversários. Justamente por isso, quer que se reabram todos esses casos.
A proposta é discutível. João Goulart, cardíaco, morreu de infarto e sua causa nunca foi colocada em dúvida. O acidente de carro que matou Juscelino já foi investigado de todas as formas e mesmo a família do ex-presidente considera abusivos novos inquéritos. Resta Carlos Lacerda, o único que até hoje não teve sua morte suficientemente explicada.