Não, esse aí não é o ex-senador Paulo Brossard, ministro do Supremo Tribunal Federal, que costumava circular por Brasília usando vistosos chapeus panamá. Nem o escritor e sociólogo Gilberto Freire, autor do icônico Casa Grande e Senzala. Os óculos de lentes degradés poderiam muito bem estar nos olhos de Antônio Carlos Magalhães, acostumado a eles, assim como Darcy Ribeiro e o brigadeiro Eduardo Gomes, patrono da Força Aérea Brasileira. Houve até quem combinasse os dois apetrechos, como Theodore Roosevelt, que presidia os Estados Unidos há exatos 110 anos. Mas não, nenhum deles está na foto. O elegante da hora é o deputado distrital Lira, que ar-ra-sou ontem na Câmara Legislativa com o novo modelito.
Fechou a conta
Sem pré-julgamentos mas falando diretamente sobre o escândalo das emendas parlamentares, o deputado distrital Rafael Prudente (PMDB) quer que o governador e a enviar cartas deixando claro o que o GDF fará com o dinheiro autorizado pela Câmara. “Que ele envie um documento dizendo onde o dinheiro será gasto e se responsabilizando por isso. Do jeito que está hoje, toda vez damos um cheque em branco para o Executivo. Isso não dá mais”, argumentou o parlamentar.
Chororô
O deputado distrital Raimundo Ribeiro jura de pés juntos que nada tem a ver com o suposto esquema de distribuição de propina investigado pela Operação Drácon. E tem ido às lágrimas quando toca no assunto. Alguns colegas para quem ele tem desabafado observam até que o ex-tucano está tão por fora que não participa da patota que contratou o experimentado José Francisco Fischinger, advogado que defende Celina Leão, Bispo Renato, Cristiano Araújo e Julio Cesar.
Cara limpa
Ribeiro foi o único investigado que chegou à Delegacia de Repressão a Crimes Contra a istração Pública (Decap) para prestar depoimento dirigindo o próprio carro, na terça ada, quando a Operação Drácon foi deflagrada. Aparentemente calmo, ele entrou e saiu fumando um cigarro. Ao contrário dos demais colegas, que se valeram dos vidros escuros para evitar a imprensa.
Jogo de cena
A votação de projetos do Buriti na última quarta-feira não foi um sinal que a Câmara já conseguiu se recompor do impacto da operação Drácon. Muito pelo contrário. O Legislativo está em frangalhos. A base do governo ainda não está organizada. E há quem diga que ela está diminuindo veladamente. Isso mesmo. Parlamentares aliados de Rollemberg estão revendo a permanência na base. Por que será? Haja jogo de cena.
Sinais de liderança
Tudo leva a crer que Rodrigo Delmasso (PTN) será o novo líder do governo na Câmara. Ele se porta como líder, fala como líder e dizem que até negocia como líder. Mas por enquanto, não existe nada oficial. Outros nomes ainda são cotados pelo Buriti.