Um governo bem posicionado na Câmara Legislativa nem precisa vetar projetos de lei propostos pelos deputados distritais, mesmo quando é conveniente ou necessário. Barra as proposições desde o início. Definitivamente, não é o caso da gestão Rollemberg (foto). Entre 2015 e 2016, o governador vetou 160 projetos dos parlamentares. Dos vetos, 92 foram derrubados em plenário, enquanto quatro foram mantidos parcialmente. O Executivo só conseguiu manter posição em 64. Percentualmente, o Palácio do Buriti só conseguiu sustentar os vetos em 43% dos embates.
Comparação inflama fragilidade
Na comparação com o governo ado, de Agnelo Queiroz (PT), a análise da derrubada de vetos de Rollemberg escancara ainda mais a atual fragilidade do Buriti. De 2011 até 2014, o então chefe do Executivo vetou 230 projetos de lei nascidos na Câmara. Somente 34 foram torpedeados pelos deputados. Agnelo conseguiu a manutenção plena dos vetos em 187 vezes. Nos nove casos restantes, os vetos foram mantidos parcialmente. Ou seja, o ex-governador deixou o GDF com uma taxa de 85% de manutenção dos vetos.
Sem time
Ex-secretário dos Transportes, o deputado federal Alberto Fraga (DEM), diz que o governo Rollemberg não tem assessoria técnica suficiente para conduzir o sistema de transporte público. “Não vai ser um aumento abrupto das agens que conseguirá resolver os problemas dos ageiros. O governador não tem grupo, não tem time. Rollemberg não conta com pessoas com a capacidade suficiente para dizer para ele o que deve ser feito. Se combate contra a pirataria fosse feito, oxigenaria bem o sistema”, comenta o parlamentar.
Fuga da caixa-preta
A partir do conhecimento que tem da área, o deputado considera o aumento das agens abusivo. Segundo ele, antes de decretar a alta da tarifa, o Buriti deveria destrinchar as planilhas de custos do sistema. O números deveriam ser colhidos e calculados diretamente pelo GDF, sem intermediação dos empresários do setor. Mas, em vez de abrir a caixa-preta, o Executivo fugiu para a solução ortodoxa do aumento.
Erro de percusso
Responsável pela implementação do e Livre, Fraga não concorda com a gratuidade para alunos de instituições particulares. “Quando fizemos o programa, era só para escola pública. Foi a Câmara Legislativa que deformou tudo, concedendo regalias para as particulares”, lembra.
Oito mil curtidas
O deputado distrital Israel Batista (PV), professor, encabeça o um certo projeto “Bora vencer!”, que reúne concurseiros. Ontem, ele conseguiu levar cerca de oito mil pessoas ao Centro de Convenções, onde deu uma aula sobre atualidades para quem vai prestar o concurso da Secretaria de Educação do DF. Aproveitou, claro, para vender o peixe dele. Ofereceu vídeo-aulas de graça para quem curtisse a página dele no Facebook.
Cadastrados
E, antes mesmo de a aula começar, foram oferecidas aos concurseiros notícias gratuitas sobre concursos via Whatsapp para quem fizesse um cadastro, que é muito valioso para quem faz política: cada candidato deveria informar o nome, endereço, e-mail, data de aniversário e área de interesse.
agem gratuita
Cortejando o voto dos estudantes, Israel tem brigado com unhas e dentes pela manutenção das gratuidades do transporte público, a despeito de o governo já ter anunciado que o e livre é que onera o sistema. Uma lei de autoria dele, inclusive, amplia a gratuidade para estudantes até um ano depois de saírem da escola. Ele sonha com transporte gratuito para todos, a exemplo de cidades americanas como Sidney e Baltimore.
Desequilíbrio
Na reunião do grupo de trabalho, hoje, ele vai apresentar uma proposta para acabar com o que ele chama de “equívoco de prioridades”: “O investimento em transporte individual não pode superar o investimento em transporte coletivo”. Ele calcula que, hoje, o DF investe apenas R$ 1 no público, enquanto são R$ 12 para o individual.
Investimento
O deputado do PV também quer que a receita das multas aplicadas pelo Detran sejam investidas no transporte coletivo, em detrimento do individual.