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Crise diplomática no futebol: Seleção da Bolívia é retida na Venezuela e acusa Maduro de “sequestro político”

 Parlamentares bolivianos acusam o governo de Nicolás Maduro de usar o esporte como instrumento de intimidação e retaliação política

Marcondes Brito

07/06/2025 13h49

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Reprodução

Um episódio inédito e gravíssimo mancha as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Após perder por 2 a 0 para a Venezuela, a seleção da Bolívia foi impedida de deixar o país por ordem das autoridades venezuelanas — num gesto que já está sendo tratado nos bastidores como um “sequestro de Estado”.

Sem explicações claras, o voo que levaria a delegação boliviana de volta para casa foi bloqueado no aeroporto de Maturín durante a madrugada. Mesmo com toda a documentação em ordem, os jogadores e a comissão técnica foram obrigados a retornar ao hotel, sob escolta e sem previsão de saída.

A justificativa informal apresentada — um suposto “problema no tráfego aéreo” — foi imediatamente contestada por integrantes da delegação. “Havia apenas dois voos em operação. Não há outra forma de interpretar: estamos sendo sabotados”, afirmou Harold Howard, responsável pela segurança do time.

O treinador interino da Bolívia, Óscar Villegas, revelou que o episódio não foi completamente inesperado. “Já havíamos alertado nosso governo sobre possíveis represálias ou manobras do regime de Maduro”, disse. A Federação Boliviana de Futebol acionou o Itamaraty local e denunciou a retenção como uma grave violação internacional.

Repercussão e indignação

A notícia caiu como uma bomba em La Paz. Parlamentares e líderes políticos bolivianos acusam o governo de Nicolás Maduro de usar o esporte como instrumento de intimidação e retaliação política. “É um escândalo global! Nossa seleção foi feita refém por uma ditadura latino-americana”, declarou um congressista.

Além do constrangimento internacional, o ime compromete a preparação da Bolívia para o jogo contra o Chile, marcado para terça-feira, em El Alto. A equipe deveria ter chegado ainda na manhã desta sexta-feira para retomar os treinos.

Se confirmada a natureza política do bloqueio, o caso pode escalar para os tribunais esportivos e diplomáticos. Até o momento, o governo venezuelano não apresentou nenhuma nota oficial.

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