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Neymar fez com a ‘Pênalty’ o que Cristiano Ronaldo fez com a Coca-Cola

Repercutiu na mídia internacional a crítica de Neymar à bola produzida pela ‘Pênalty’

Marcondes Brito

17/02/2025 5h19

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A polêmica declaração de Neymar criticando a bola da marca Penalty, usada no Campeonato Paulista, causou grande repercussão no Brasil e além das fronteiras. O impacto foi tamanho que a mídia estrangeira destacou a polêmica acima do desempenho do jogador na partida contra o Corinthians. O site australiano SPORTbible, por exemplo, abordou o assunto, deixando em segundo plano a performance de Neymar em seu retorno ao Santos.
O caso chama atenção porque a mídia internacional poderia simplesmente analisar o jogo ou a reestreia do astro brasileiro no futebol nacional, mas o foco foi totalmente desviado para a crítica feita à bola. Isso levanta algumas questões: o comentário de Neymar pode prejudicar a Penalty, fabricante brasileira de bolas esportivas? Ou essa repercussão internacional pode, de alguma forma, ser revertida para dar mais visibilidade à marca?

A Penalty é uma empresa com atuação forte no Brasil e na América Latina, mas sem grande presença global como marcas concorrentes, caso de Adidas, Nike ou Puma. Diante da crítica de Neymar e da viralização do tema, a empresa pode estar diante de um desafio: conter danos à sua imagem dentro do mercado brasileiro e, ao mesmo tempo, transformar esse episódio em uma oportunidade de expansão internacional.

O caso traz à memória um episódio semelhante ocorrido com Cristiano Ronaldo durante a Eurocopa de 2021. Na ocasião, o craque português afastou garrafas de Coca-Cola durante uma coletiva de imprensa, promovendo água no lugar do refrigerante. A atitude repercutiu mundialmente e, segundo especulações da época, teria causado uma queda de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) no valor de mercado da gigante de bebidas. Embora a relação direta entre a ação do jogador e a queda nas ações da empresa seja questionável, a movimentação gerou debates sobre o impacto que atletas de alto nível podem ter sobre marcas estabelecidas.

Agora, com Neymar criticando publicamente a bola da Penalty, a empresa enfrenta um cenário semelhante: pode sofrer danos à sua reputação ou aproveitar a visibilidade inesperada para mostrar ao mundo sua capacidade de inovação e qualidade dos seus produtos.

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Site australiano SPORTbible

Se bem trabalhada, essa repercussão internacional pode se tornar uma estratégia para a Penalty. Algumas abordagens que a marca pode considerar incluem:

       •     Resposta com inovação: A empresa pode aproveitar a atenção global para anunciar melhorias em seus produtos, mostrando que está aberta a s, até mesmo de grandes craques como Neymar.

       •     Campanha de valorização da marca: A repercussão internacional pode ser usada para reposicionar a Penalty como uma referência em bolas de futebol, destacando sua presença no cenário esportivo e sua tradição no futebol brasileiro.

       •     Internacionalização da marca: O nome “Penalty” está sendo citado na mídia mundial. Esse pode ser o momento ideal para buscar parcerias com clubes, ligas estrangeiras e influenciadores do futebol para aumentar sua presença global.

A crítica de Neymar trouxe à tona uma questão interessante sobre o poder de influência dos jogadores e o impacto disso no mercado. Se a Penalty souber conduzir essa situação, pode transformar um momento de crise em uma oportunidade de crescimento e expansão internacional.

As palavras de Neymar ressoaram bem além das quatro linhas e geraram um debate que extrapola o futebol. O episódio mostra o peso da voz de um jogador desse calibre e como marcas podem ser afetadas – positiva ou negativamente – por declarações de grandes figuras do esporte. Se a Penalty jogar bem suas cartas, pode transformar essa crise em um gol de placa para sua marca.

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A coluna Futebol Etc na edição impressa do Jornal de Brasília, nesta segunda-feira (17/2)

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