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Brasília 65 anos!

Indústria de Games em Brasília cresce com talento e jogos premiados

Com criatividade, resiliência e reconhecimento internacional, estúdios brasilienses mostram que o Distrito Federal tem espaço garantido no mapa global dos games

Karol Scott Lucena

21/04/2025 5h00

Atualizada 23/04/2025 14h49

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Foto: Divulgação

cab brasília 65 anos

Pouca gente sabe, mas Brasília tem se destacado como um polo emergente na indústria de jogos eletrônicos no Brasil. Em 2023, o faturamento do setor no DF ultraou os R$ 8 milhões, impulsionado pelo trabalho de estúdios locais que estão criando jogos com identidade própria, qualidade técnica e criatividade de sobra. Alguns desses títulos já chegaram a premiações internacionais e a eventos de peso no circuito mundial.

Em comemoração aos 65 anos de Brasília, selecionei seis estúdios e um de seus jogos para celebrar a excelência dos nossos desenvolvedores.

Cyberwar: Neon City

Se tem “Cyberwar: Neon City” em algum evento, lá estou eu jogando um pouquinho. Criado pelo estúdio Cyber Monkey, é um jogo de ação e aventura com elementos roguelite, ambientado em um universo cyberpunk dominado por macacos cibernéticos. O protagonista é Printer, um clone renascido após cada derrota, que enfrenta hordas de inimigos com a ajuda de Blue, sua arma em forma de tubarão. A jogabilidade é intensa e cheia de batalhas contra robôs, androides e animais geneticamente modificados. “No início, o projeto foi idealizado como uma forma de eu me manter ativo e atualizado no mercado, colocando a mão na massa. Mas, ao longo desses quatro anos, sendo o único programador envolvido diretamente, acabei criando um apego muito grande por ele. Hoje, vejo esse jogo quase como um filho”, contou Wenes Soares. O jogo ainda fez participação no The Game Awards!

Mandinga: Um Conto de Banzo

Da Uruca Game Studio vem “Mandinga: Um Conto de Banzo”, um RPG que mistura narrativa forte, combate estratégico por turnos com dados e uma ambientação histórica marcante. Inspirado nos clássicos RPGs japoneses, o jogo narra a jornada de dois africanos com origens e motivações distintas que fogem juntos da escravidão no Brasil. Com uma história imersiva e cheia de emoção, Mandinga coloca o jogador no centro de uma luta por liberdade. “Este jogo é uma realização para nós”, afirmou Philippe Lepletier, fundador do estúdio.

No Place for Bravery

“No Place for Bravery”, do estúdio Glitch Factory, é um RPG de ação em 2D com visual em pixel art, atmosfera sombria e combates desafiadores, inspirado em títulos como Sekiro. O jogador assume o papel de Thorn, um ex-guerreiro atormentado pelo ado, que parte em uma jornada brutal em busca da filha desaparecida. A jogabilidade exige precisão, estratégia e reflexos rápidos. O jogo foi premiado como Melhor Jogo: Brasil no Big Festival 2022 e conquistou o ouro nas categorias Melhor Design de Som e Melhor Música para jogos de PC na NYX Game Awards. “Para nós o No Place for Bravery é a Glitch Factory em forma de jogo. Um RPG de ação 2D em pixel art que mostra nosso jeito de criar: histórias que mexem com quem joga, combates bem feitos e arte com personalidade. Esse projeto é o que somos, um time que faz jogos com cuidado e paixão. É a nossa maneira de conversar com quem joga”, comentam.

A Tale of Silent Depths

O estúdio Tavern Tale Studio aposta em “A Tale of Silent Depths”, um RPG tático por turnos ambientado em um cenário subaquático pós-apocalíptico. Nele, o jogador comanda um submarino e lidera uma tripulação que enfrenta perigos nas profundezas de um oceano gerado proceduralmente. As missões envolvem batalhas contra feras marinhas, piratas e ameaças misteriosas. “É mais do que um jogo para o estúdio: é um marco. Primeiro projeto de grande escala, ele tem sido desenvolvido há 4 anos, evoluindo junto com a equipe em estilo, tecnologia e identidade”, contaram Pedro e Eduardo, fundadores do estúdio.

Walking Stick

“Walking Stick”, do RainForest Game Studio, é um roguelite 2D com visual cartoon. O jogador assume o papel de Harold, um velhinho estiloso num mundo onde bengalas têm poderes. O jogo foca em colecionar e fortalecer bengalas temáticas, como as de vulcão, raio e veneno, e enfrentar ondas de monstros e chefes. Lucas Maués compartilhou: “Walking Stick é um jogo especial pois o personagem principal é uma homenagem ao meu querido avô Haroldo, que sempre me motivou a conquistar meu sonho de trabalhar com jogos”. O lançamento está previsto para este ano.

Kingdom of Explorers

Já “Kingdom of Explorers”, da S.E.R.A Games Studio, é um RPG de aventura com modo individual ou cooperativo para dois jogadores. No jogo, é preciso explorar a Ilha Oculta dos Anões, coletar recursos, desbloquear novos terrenos, aprimorar armas e enfrentar inimigos. A jogabilidade valoriza a colaboração e o planejamento estratégico. “Criado em Brasília, com poucos recursos, o jogo virou um universo inteiro que tem emocionado jogadores e mostrado que é possível fazer games de qualidade no Brasil”, afirmou Bia Queiroz, sócia e diretora de comunicação do estúdio.

Esses foram apenas seis dos muitos jogos criados — ou em produção — aqui no nosso território. Para conhecer mais, vale visitar o site da ABRING, a associação de desenvolvedores locais, ou conferir amostras em eventos como o BGF e o VideoGame Show. 

Com esse cenário promissor, tudo indica que o nosso quadradinho vai continuar a se destacar ainda mais na indústria dos games nos próximos anos. Ninguém segura!

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