Atletas e comissões técnicas usando máscaras nos estádios de futebol não é coisa exclusiva destes tempos pandêmicos do coronavírus. Já vimos este filme antes: em 2009, quando rolava a crise da gripe suína. Seguinte: disputava-se o Campeonato Brasileiro das quatro divisões e, em duas delas, aconteceram lances incríveis. Vejamos:
1 – O Coritiba levou o seu jogo contra o Santos, em 5 de agosto, para o Estádio Olimpico, da interiorana paranaense de Cascavel, achando que, por lá, teria maior torcida do que na capital, onde andava pisando muito na bola. Para garantir boa bilheteria, o Coxa ofereceu máscaras aos torcedores que comparecessem à pugna e o ajudassem a fugir da zona de rebaixamento. Gastou R$ 4.320,00 com a promessa e perdeu o jogo, por 0 x 1. Foi o primeiro jogo no Brasil com torcida mascarada – maldito porco!
2 – Em 18 de agosto do mesmo 2009, o time do Uberlândia recebeu a visita do Araguaia, de Mato Grosso, no Estádio do Parque do Sabiá, pelo Brasileirão da Série D. Os visitantes chegaram ao Triângulo Mineiro usando máscaras, com medo da gripe suína que diziam andar braba por aquela região. Na hora da pugna, a comissão técnica do visitante usava até luvas. Para a cidade, um desaforo. E rolou a bola. Jogo duro, com 2 x 2 persistindo no placar. Faltando oito minutos para o final, pênalti contra o Araguaia. Ao cobrar e escrever Uberlândia 3 x 2, o zagueiro Reginaldo tirou uma máscara do calção, colocou no rosto e saiu tripudiando do adversário. E foi expulso de campo – era proibido usar qualquer coisa que não fosse camisa, calção, chuteiras e caneleiras.
3 – Disputava-se, em Macau, na China, em 2006, os Jogos da Lusofonia. No futebol de salão, em 13 de outubro, a equipe brasileira mandou 76 x 0 Timor-Leste, com 20 gols por Vadin. Maior goleada da história da modalidade e recorde mundial. Os brasileiros marcaram um tento a cada 31 segundos, de jogo disputado em 40 minutos. Como venceram, também, os selecionados de Angola e Macau, e empataram com Portugal, ficaram campeões no saldo de gols, pois os portugueses venceram os timorenses por apenas 56 x 0.
3 – Os cartolas cariocas marcaram, para o 25 de março de 2002, o jogo que terminou Vasco da Gama 1 x 0 Flamengo. Até aí nada de esquisito. Esquisito mesmo foi a peleja ser durante a tarde de uma segunda-feira, na Rua Bariri, no esburacado e suburbano campo do Olaria. Valia pela 11ª rodada da primeira fase, do primeiro turno da Taça Guanabara e só compareceram àquele Clássico dos Milhões 350 pagantes, transformando-o em Clássico de Tostões. Como os vascaínos tinham jogo no dia anterior, no domingo, contra o Fluminense, pelo Torneio Rio-São Paulo, os cartolas não perderam a chance de mostrar ao mundo a bagunça que era o futebol brasileiro.
4 – O América, de São José do Rio Preto, enfrentaria o Santos, no dia 5 de julho de 1964, no Estádio Mário Alves Mendonça, pelo Campeonato Paulista. Em inícios de carreira, o treinador Rubens Minelli estudava um meio de parar Pelé. Então, chamou o lateral-esquerdo Mota e o instruiu a fechar para a frente da zaga, sempre que o Camisa 10 atacasse. Deu certo e deu zebra: América 2 x 1. De quebra, estava inventado o quarto-zagueiro.