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Histórias da Bola
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O E A APOLO 9

Como Dario, fez muitos gols para o Campusca e foi levado pelo Atlético Mineiro

Gustavo Mariani

01/01/2022 12h40

Era uma vez um rapaz muito pobre, magrão e que pediu ao Campo Grande-RJ um prato de comida, apenas, para fazer gols. Sua infância fora duríssima, tivera tudo para ser um marginal, inclusive, tendo ado por entidades correcionais de menores de idade. Era chamado por Dário e horrível no futebol. Mas tentava.

 Um dia, este rapaz encontrou-se, por uma das ruas do Rio de Janeiro, com a sua primeira professora que, no bate-papo, insistiu que ele era Dario, e não Dário, o que confirmava a sua certidão de nascimento. Então, ele decidiu ser Dario, por rever que tudo o de ruim ado em sua vida fora pelo Dário. Como Dario, fez muitos gols para o Campusca e foi levado pelo Atlético Mineiro.

De início, Dario foi muito marginalizado pelos novos companheiros, por continuar sendo muito ruim de bola. Até o dia em que o treinador Yustrich chegou ao Galo e ouviu dele que não fazia gols por não lhe arem a pelota, pois velocidade e impulsão tinha de sobras.

 Yustrich resolveu acreditar nele e deu-lhe a chance de entrar no time. Agradou ao homão, apelido do irritado técnico que chegou a dar-lhe uns tapas quando ele lhe disse estar com medo da torcida. Santos tapas! Dario entrou, jogou, lutou muito e marcou o gol da vitória, para não demorar a cair no gosto da torcida.

Por aquele tempo, o mundo vivia a guerra fria ideológica entre Estados Unidos e União Soviética, com o Brasil alinhado aos norte-americanos. Tempos, também, em que os principais artilheiros do futebol brasileiro eram o Rei Pelé, do Santos e Flávio, O Peito-de-Aço, do Fluminense. Por ali, ele aram a ter a companhia na calçada da fama do goleador que o locutor Waldir Amaral, da Rádio Globo carioca apelidou por O Apolo Nove, em alusão ao Projeto Apollo que buscava o pouso nave tripulada pelo homem na Lua e ao número da sua camisa de goleador.

 Era 20 de julho de 1969, quando o Atlético Mineiro entrava no gramado do Mineirão, em Belo Horizonte, para enfrentar o gaúcho Internacional, amistosamente, diante de 18.252 pagantes, que deixaram nas bilheterias do Mineirão a quantia de Cr$ Cr$ 66.838,00. Com a jaqueta do Galo, alinhavam: Mussula; Humberto Monteiro, Grapete, Normandes e Vantuir; Oldair (substituído por Wanderlei) e   Amauri (cedeu vez a Carlinhos); Ronaldo, Laci (Beto), Dario e Tião. Internacional tinha: Gainete; Edson, Pontes, Valmir e Sadi;  Tovar e Dorinho. Braulio (ou a vaga para Lamas), Valdomiro. Sérgio e Gilson Porto Porto (substituído por Canhoto).

 Joaquim Gonçalves apitou o inicio de partida, auxiliado por Antônio Gomes e Sílvio Gonçalves Davi. Aos 16 minutos, Dario abriu o placar, no exato instante – 20h17 de Brasília – em que  o astronauta norte-americanos Neil Armstrong tornava-se o primeiro homem a pisar na Lua – alunissagem da Apollo 9 e gol de Dario, o Apolo Nove, que voltou a a pela meia-lua da grande área e a bater pousar na rede, aos 16 e aos 30 do segundo tempo. 

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