Os brasileiros enfrentam times europeus desde 1908, quando houve Fluminense 0 x 4 Percy Acott, no 6 de dezembro, no carioca estádio das Laranjeiras. Por aquele tempo, o futebol brasileiro ainda era fraco. Tanto que, em 1910, em sua segunda aventura contra a moçada do outro lado do Atlântico (e, novamente, ingleses), o placar foi Flu 1 x 10 Corintians Casuals, em 24 de agosto.
Em 1914, o Corinthians tornou-se segundo brazuca a desafiar europeus, daquela vez italianos. Levou 0 x 3 Torino, em 15 de agosto, no já demolido estádio do Parque Antártica, em São Paulo.
Próximo da fila, o Vasco da Gama que, em 22 de julho de 1928, em São Januário, ficou no 1 x 1 Sporting, de Portugal.
adas 21 temporadas, finalmente, uma vitória verde-e-amarela: Atlético-MG 3 x 1 Victória de Setúbal, no estádio Antônio Carlos, de Belo Horizonte, em 1º de setembro de 1929. E, fechando o grupo da primeira meia-duzia de desafios a times europeus, em 14 de julho de 1929, no estádio Palestra Itália, em São Paulo, anotou-se Palmeiras 5 x 2 Ferencvaros, da Hungria – todos este jogos foram amistosos.
De outra parte, só a partir de 1925, começando pelo Clube Athletico Paulistano, os times brazucas foram à casa dos europeus. Em 10 jogos, entre França, Portugal e Suíça, o time paulista obteve nove vitórias e escorregou em só uma refrega.
Mais uma vez, o próximo da fila foi o Vasco da Gama, em 1931, com 12 jogos – 8 vitórias, 1 empate e 3 derrotas – por campos da Espanha e de Portugal. Enquanto isso, a Seleção Brasileira só havia aparecido pela Europa, em 1934, para a Copa do Mundo, na Itália, quando levou 1 x 3 Espanha, em Gênova, e 4 x 8, Iugoslávia, amistosamente, em Belgrado. Depois, excursionou por lá, em 1956, venceu três, empatou duas e perdeu outras duas partidas.
De sua parte, o Flamengo, quando foi à Europa, pela primeira vez, encantou. Foi em 1951, enviado pelo presidente Gilberto Cardoso, aceitando convite do clube sueco AIK. Os rubro-negros venceram os 10 jogos disputados, marcando 34 gols e levando apenas quatro.
A delegação rubro-negra desembarcou, em Estocolmo, a capital sueca, em 9 de maio. No dia seguinte, treinou, no estádio Rasunda, sob a curiosidade de centenas de pessoas, entre jornalistas, fotógrafos, dirigentes de clubes e torcedores. No dia 16, dirigido pelo treinador Flávio Costa, estreou, no estádio de Solna, subúrbio da capital, lotado.
Foi o jogo 1.243 da história flamenguista, sob apito do local Ivan Eklind, e teve vitória do time de Gilberto Cardoso, por 1 x 0 Malmoe, com gol marcado por Esquerdinha, aos 60 minutos – Garcia, Biguá e Pavão; Bria, Válter e Bigode; Nestor, Hermes, Adãozinho, Índio (Aloísio) e Esquerdinha foi o primeiro Flamengo a rolar a bola por gramados europeus.
Quatro dias depois, a rapaziada excedeu: 6 x 1 AIK, em Estocolmo, mantendo-se Ivan Eklind apitador. Hermes (3), Índio, Adãozinho e Esquerdinha bateram na rede, com o time mantendo a formação da estreia, mas com Dequinha substituindo Bria, no decorrer da partida.
O sucesso da moçada levou o Malmoe a pedir revanche. O Flamengo aceitou e foi ao gramado do estádio daquela cidade, da região de Gotalândia, na província de Escânia, do condado do mesmo nome. Daquela vez, em 23 de maio, Nestor marcou os gols dos 2 x 0, Ivan Ekling seguiu árbitro e, das formações anteriores, a única mudança foi Dequinha barrando Bria.
Com três vitórias, nove gols pró e dois contra, o Flamengo foi desafiado pelo Combinado do Norte da Suécia. O jogo estve duro, no estádio Sundval, apitado Lennart Nyhlen, mas a rapaziada fez 2 x 1, com gols por Índio e, supreendentemente, o zagueiro Pavão. O time foi o mesmo da partida anterior.
A partida seguinte, no primeiro de junho, valeu a Elfsborg Cup, primeiro caneco carregado pelos rubro-negros de território europeu. Jogada em Boras, da região, também, de Gotolândia, mas da província da Västergötland, no condado de Västra Götland, a partida teve Flamengo 3 x 0 Elfsborg, com tentos marcados por Nestor, Hermes e Larsson (contra). Gosta Lindeberg apitou e a única modificação rubro-negra de um jogo para o outro foi Aloísio substituindo Hermes, durante o prélio.
Cinco jogos, cinco vitórias, 14 gols pró e dois contra. O cartel estava ótimo. Despertou o interesse dos dinamarqueses, que formaram um combinado na capital deles, Copenhague, para levarem 2 x 0, no 5 de junho, sob arbitragem de Gunnar Dahlner. Adãozinho e Esquerdinha marcaram os gols do time não mexido, por Flávio Costa, em relação à última disputa.
Em 8 de junho, o Flamengo voltou à Suécia, para escrever 2 x 0 Halmia, no estádio de Halmstad, cidade portuária da costa oeste sueca, ainda da região da Gotalândia, na província de Halland, condado do mesmo nome. Índio e Adãozinho marcaram os gols, e Flávio Costa, durante a partida, trocou Válter, por Dequinha, e Nestor, por Aloísio. Mantinha um quase imutável time-base. A arbitragem foi do sueco Svard.
Em 10 de junho, o Flamengo despediu-se dos suecos, goleando o Norkopping: 6 x 0, na cidade com mesmo nome do time, coim o árbitro Olle Bjork abusando de autorizar ressaídas de jogo, por conta dos tentgos rubro-negros por Esquerdinha (3), Índio (2) e Hermes.
Como pouquíssimo mexia no time, Flávio Costa escalou: Garcia, Biguá e Pavão; Válter, Dequinha e Bigode; Aloísio, Hermes, Índio, Adãozinho e Esquerdinha.
Em 13 de junho, o Flamengo disputou a penúltima partida do giro europeu, mandando nova goleada: 5 x 1 Racing Paris, com Hermes (2), Adãozinho (2) e Esquerdinha (2) sendo os impiedosos artilheiros, no parisiense Estádio Parc des Princes. Em relação à partida ada, só Nestor mudou a cara do time, em lugar de Aloísio.
Finalmente, no 17 de junho, os rubro-negros encerraram a excursão, com 3 x 0 Belenenses, no estádio português do Restelo, em Lisboa, que teve visitas às redes por parte de Índio, Hermes e Aloísio. O último Flamengo da excursão teve: Garcia, Buguá e Pavão; Válter, Dequinha e Bigode; Nestor (Aloísio), Hermes, Adãozinho, Índio e Esquerdinha.
Foram 32 gols, em 10 jogos vitoriosos, buscando só quatro bolas no fundo das redes. Esquerdinha (8), Hermes (7) e Índio (6) foram os principais goleadores.