Vivemos na era do pitaco. Pensamos, falamos e divulgamos nossos posicionamentos. Nunca estivemos tão de frente com a oposição à exposição de uma ideia. Numa cultura ocidental, a democratização da informação nos trouxe até aqui. E no Brasil, é um direito fundamental previsto constitucionalmente desde 1988: “o poder da livre expressão e do pensamento”.
Hoje, se falamos sobre o que acreditamos, pensamos ou criamos, podemos receber um pitaco, seja ele a favor ou contra. E quando é o contrário do que afirmamos, nasce um debate. Se pensamos e divulgamos nossos pensamentos nas redes sociais, por exemplo, em algum momento podemos ser questionados por algum posicionamento tomado. A partir disso, abrem-se várias opiniões, iniciando-se um debate.
O que é um debate?
São duas versões distintas sobre uma ideia/tema. Uma pessoa afirma algo, e outra, por algum motivo, discorda daquela afirmação. Exemplo: o professor e especialista em gerenciamento de riscos e segurança Geraldo Portela disse que a ausência de comunicação denunciou que algo catastrófico havia acontecido com o submersível Titan. A partir disso, várias opiniões contrárias ao posicionamento do especialista poderiam surgir. Baseadas em afirmativas de outros especialistas ou não.
Outro exemplo hipotético: Regiane diz que após acompanhar a desastrosa implosão do OceanGate envolvendo grandes milionários, ficou perplexa em saber que o motivo de os fabricantes escolherem o material de fibra de carbono foi para economizar na missão. E o uso desse material, de acordo com especialistas, foi o principal fator da tragédia ter ocorrido no fundo do Oceano Atlântico. Outras pessoas se posicionaram para apoiá-la em sua opinião, até o momento em que uma mulher refuta a opinião de Regiane e dos especialistas afirmando que: “quem não quer correr riscos, não saia de casa”, utilizando uma frase dita pelo próprio Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate, em um podcast sobre a expedição rumo ao fundo do mar. Ele também disse que “Em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício”.

Neste momento, nasceu um debate. Duas opiniões esplanadas e fundamentadas. A inicial com base na opinião de especialistas que acreditam ter sido uma má escolha o uso da fibra de carbono, a outra, na sua própria opinião trazendo argumentos do CEO, que afirmou que devemos nos desapegar da segurança em alguns momentos, e por mais que ela não tenha se baseado em evidências, trouxe uma reflexão sobre o ponto questionado.
Quando a outra parte contra-argumenta, mudando a temperatura do debate e o extendendo por um tempo, na qual ambas seguem convictas em suas posições, torna-se uma discussão.
Desafios de um debate
O maior desafio não é ficar invicta numa convicção, mas manter a inteligência emocional diante de uma oposição. Mudar de opinião não é um crime e pode ser bem-vindo, quando a oposição nos convence dos nossos propósitos argumentos. É necessário aprender ouvir lados contrários e manter-se numa posição pacífica, sem estresses e desentendimentos. O que muitas vezes ocorre o contrário, ao se apegar veementemente num lado da história podemos nos fechar e não ouvir outras versões e até mesmo entender como uma ofensa.
O ideal é manter o debate numa temperatura saudável para não perder a razão movida pelas emoções e entender que uma opinião contrária não é uma ofensa.
Nos últimos dias, todo mundo deu seu pitaco sobre essa expedição ambiciosa envolvendo esses milionários aventureiros que se lançarem à procura de relíquias do naufrágio do Titanic, que aconteceu em 1912.
Várias temáticas foram abordadas nos veículos de imprensa sobre o assunto como: “Onde está o submersível Titan? O oxigênio só dura mais algumas horas! Falta de comunicação demonstrou algo grave? Por que milionários gostam de aventuras com risco de morte? Por que milionários se sujeitaram a uma cápsula tão desconfortável? Por que o CEO da OceanGate escolheu um formato cápsula, fora do habitual">