A origem da palavra “rapport” vem do francês e significa “trazer de volta” ou “criar uma relação”. Esse conceito, amplamente utilizado na psicologia e na comunicação, tem como objetivo estabelecer uma conexão genuína entre duas ou mais pessoas durante uma interação. A técnica do rapport facilita a criação de empatia, afinidade e reduz a resistência nas conversas, sendo especialmente eficaz em ambientes profissionais, como vendas, marketing e relações internacionais.

O conceito de rapport ganhou força com o desenvolvimento da Programação Neurolinguística (PNL) na Califórnia, nos anos 1970, por Richard Bandler e John Grinder. Esses estudiosos investigaram como as emoções influenciam o comportamento humano, o que explica, por exemplo, porque pessoas com afinidades tendem a adotar atitudes semelhantes. Mas o que acontece quando nos comportamos de forma parecida com alguém que mal conhecemos? Foi a partir desse tipo de reflexão que o rapport surgiu como uma estratégia para criar essas conexões instantâneas.
Mais do que apenas “espelhar” gestos ou comportamentos, o Rapport envolve empatia, reciprocidade, confiança e cooperação. O propósito é estabelecer vínculos profundos, seja no ambiente profissional ou pessoal, promovendo relações de confiança mútua.
Como aplicar o rapport?
Telefonemas
Sempre chame a pessoa pelo nome. Se o nome for difícil de pronunciar, peça para ela repeti-lo e mostre interesse. Repetir o nome ao longo da conversa reforça a sensação de proximidade. Outro aspecto crucial é ajustar o tom de voz, ritmo, sotaque e volume ao da outra pessoa. Se o interlocutor fala de maneira calma e tímida, por exemplo, responder de forma muito acelerada ou em tom alto pode causar desconforto. A ideia é criar harmonia, não contraste.
Reuniões
Em encontros formais, concordar com os termos usados pela outra pessoa ou repetir palavras-chave cria uma sensação de sintonia. Exemplo: “concordo que o ‘posicionamento’ seja a melhor estratégia para lidar com essa questão”, reforçando o termo utilizado anteriormente.
WhatsApp
No ambiente digital, o rapport pode ser criado ao usar os mesmos emojis ou repetir expressões usadas pelo outro. Isso fortalece o entendimento e reforça a conexão. Por exemplo, se alguém diz: “precisamos agendar pessoalmente para resolver isso”, você pode responder: “agendar pessoalmente, como sugerido, é uma ótima ideia!”.
Encontros
Ao se encontrar pessoalmente com alguém, observe e reproduza os gestos da outra pessoa de maneira sutil. Se ela estiver inclinada para frente com os braços cruzados, faça o mesmo. Além disso, procure encontrar interesses em comum. Por exemplo, se você descobrir que a pessoa adora viajar, pergunte sobre os destinos que ela visitou e, se possível, compartilhe experiências similares. Isso cria uma conversa mais leve e envolvente, fortalecendo a confiança.

Um exemplo notável de alguém que domina a técnica do rapport é o ex-presidente Barack Obama. Em várias situações, ele foi visto aplicando essa estratégia para gerar confiança e afinidade em seus encontros, obtendo resultados positivos em suas interações.
No entanto, é essencial que o rapport seja aplicado com naturalidade. Quando parece forçado ou excessivo, pode ter o efeito oposto, causando desconforto. A chave está na discrição: evite exageros para que a técnica funcione de forma sutil e eficaz, sem soar como uma imitação mecânica. Afinal, ninguém quer ser visto como alguém que está “espelhando” a outra pessoa de forma artificial ou, pior ainda, como um comportamento manipulador.
