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O mundo inteiro vem travando, nos últimos anos, uma “guerra” no universo das ideias, opiniões e posicionamentos. As “bombas” não são compostas por pólvora e armamento bélico, mas têm origem a partir do ódio, desrespeito, egocentrismo, crueldade, vaidade e desumanidade, assim como em guerras reais.
A “guerra virtual” não é milenar nem centenária, mas já percorre duas ou três décadas. Desde que a liberdade nas redes sociais se estabeleceu, muita gente diz o que dá na cabeça sem pensar em quem está por trás da telinha. Acusações, difamações, xingamentos e instauração do “terrorismo mental” é praxe nesse universo cibernético, que, embora tenha ganhado regulamentação, ainda está longe de ver suas discussões desrespeitosas chegar ao fim.

O que você diria para um mundo que promove uma guerra por dia ou várias por hora? Você faz parte do time de quem gera ou combate a batalha?
Promover uma “guerra virtual” é fácil. Basta se render às emoções e ouvir o ego que diz: “Eu tenho razão!” “Ele é um imbecil e precisa pagar!” “Vai ser do meu jeito, você não sabe de nada”, e infinitas palavras que enaltecem o “eu” e o “meu”.
Contudo, falar o que se pensa sem mensurar a consequência desse ato pode transformar palavras em armas capazes de ferir, traumatizar, matar sonhos, enterrar talentos e destruir lares e casamentos. Conforme afirma o filósofo francês Jean-Marie Muller, “a palavra só pode existir a serviço da conexão. Se ela vem para ferir, deixa de ser palavra, vira arma.”

Regulamentação no Brasil
Antes de abril de 2014, a internet era uma terra sem lei. Somente a partir de abril daquele ano, com a criação do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), a “Terra de Ninguém” tornou-se mais disciplinada, com princípios, direitos, deveres, garantias, privacidade e proteção aos dados pessoais dos usuários brasileiros. Mesmo assim, ainda é possível extravasar nas opiniões virtuais devido à liberdade de expressão prevista no Artigo 5.º da Constituição Federal e da própria lei que regulamenta a internet. Ou seja, podemos e devemos emitir opiniões na web. No entanto, o ideal é que usemos do bom senso ao exercer essa liberdade de promulgar pensamentos, ideias e palavras. Acabe com as “guerras virtuais”. Escolha as palavras certas que levam paz e amor. Uma guerra a menos sempre será a melhor opção.
Dicas para ser um soldado da paz:
- Faça bom uso das suas palavras;
- Pense sempre antes de falar;
- Coloque-se no lugar do outro;
- Lembre-se: a sua liberdade termina quando a do outro começa;
- Tudo o que fizer ou disser poderá se voltar contra você;
- Quem promove a paz recebe a recompensa do sono suave.