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Brasília

Boletim de Lesões por Esforços Repetitivos aponta salto de notificações no DF

Os dados acima são do Informe Epidemiológico em Saúde do Trabalhador, publicado neste ano pela Secretaria de Saúde (SES-DF)

João Paulo Nunes

28/02/2025 8h17

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Em 2024, foram notificados mais de 1,2 mil casos de LER/Dort no Distrito Federal | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Entre 2015 e 2024, foram notificados no Distrito Federal cerca de 2,3 mil casos de Lesões por Esforços Repetitivos (LER), também conhecidas como Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). Desse total, 55,9% (1.229 ocorrências) são referentes apenas ao ano ado. Em 2023, o número chegou a 700.

Os dados acima são do Informe Epidemiológico em Saúde do Trabalhador, publicado neste ano pela Secretaria de Saúde (SES-DF). Para a gerente do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) do DF, Juliana Moura, o salto de ocorrências pode ser atribuído à intensificação das ações de vigilância. “Temos trabalhado ativamente para incentivar a notificação de casos nas regiões de saúde, resultando em um aumento nos registros”, explica.

As LER/Dort são preveníveis e exigem atenção, pois podem causar incapacidade permanente. As medidas de prevenção, de modo geral, incluem modificações na rotina laboral, alternando atividades com outras tarefas que permitam variar a postura, os grupos musculares utilizados ou o ritmo de trabalho

De acordo com a gerente, o acréscimo demonstra ainda a necessidade de conscientização sobre esses distúrbios. Com data marcada no calendário, o Dia Mundial de Combate às LER/Dort, lembrado em 28 de fevereiro, busca chamar a atenção para a doença que, de 2011 a 2021, foi responsável pelo afastamento de mais de 600 mil trabalhadores no País.

Perfil socioeconômico

O boletim epidemiológico traça também o perfil socioeconômico dos trabalhadores e os principais diagnósticos de LER/Dort no DF. Do total de notificações, 68,8% dos casos se referem a indivíduos pardos, enquanto 51,8% dos registros são relacionados à dorsalgia (dor nas costas).

Os dados sugerem, segundo Moura, uma maior exposição da população parda a condições laborais que favorecem o desenvolvimento de LER/Dort, como jornadas de trabalho extensas e menor o a medidas de prevenção.

Arte: Divulgação/Agência Saúde-DF

“O documento aponta que as condições de trabalho que envolvem esforço físico intenso, posturas inadequadas, movimentos repetitivos, fatores de risco cognitivos e psicossociais – como monotonia, assédio, exigência de produtividade – estão prevalentes entre os trabalhadores afetados”, afirma a gerente do Cerest.

Lesões

LER/Dort são todas as doenças, lesões e síndromes que afetam o sistema músculo esquelético, causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho. Elas se caracterizam pela ocorrência de vários sintomas inespecíficos, simultâneos ou não, tais como dor crônica, parestesia (formigamento ou dormência) e fadiga muscular, manifestando-se principalmente no pescoço, coluna vertebral, cintura escapular, membros superiores ou inferiores.

Prevenção

O informe destaca que as LER/Dort são preveníveis e exigem atenção, pois podem causar incapacidade permanente. As medidas de prevenção, de modo geral, incluem modificações na rotina laboral, alternando atividades com outras tarefas que permitam variar a postura, os grupos musculares utilizados ou o ritmo de trabalho.

Recomenda-se ainda fazer pausas esporádicas que propiciem a recuperação física e mental dos trabalhadores, além de realizar adaptações no local de trabalho que atendam às características individuais.

*Com informações da SES-DF

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