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Brasília

Hospital em Águas Lindas entrega corpo de bebê trocado e causa confusão entre duas famílias

A situação só veio à tona após denúncia de uma assistente social do hospital, que alertou a Polícia Científica

Camila Coimbra

13/04/2025 18h22

Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF

Por Camila Coimbra

Um grave erro médico no Hospital Estadual Ronaldo Ramos Caiado Filho (HEAL), em Águas Lindas (GO), deixou duas mães em luto e sob incertezas após a troca dos corpos de seus recém-nascidos. O caso, que veio à tona na última semana, está sendo investigado pela Polícia Civil e já motivou ações judiciais por parte das famílias afetadas.

Os fatos remontam ao dia 21 de março, quando a primeira mulher deu à luz um bebê prematuro de apenas 20 semanas, que faleceu horas após o nascimento. Ela permaneceu internada até o dia 26 de março, quando requisitou o corpo da criança para velório e sepultamento. Paralelamente, no dia 25 de março, uma segunda mãe entrou em trabalho de parto no mesmo hospital, mas seu bebê foi declarado natimorto. Quando a primeira mãe recebeu os restos mortais e fez o enterro, revelou-se um choque, os corpos haviam sido trocados pela equipe hospitalar.

A situação só veio à tona após denúncia de uma assistente social do hospital, que alertou a Polícia Científica. As duas mães foram intimadas a prestar depoimento na 1ª Delegacia de Águas Lindas, sob a responsabilidade do delegado João Flávio, e tiveram material genético coletado para exames de DNA que possam confirmar a real identidade dos bebês.

Em nota oficial, o Hospital Caiado Filho itiu o erro, classificando-o como um “equívoco”. No entanto, os advogados Idelbrando Mendes e Daniel J. Kaefer, que representam as mães, são enfáticos ao afirmar que se trata de negligência. Eles destacam a total falta de e às famílias: “Até agora, nenhum e psicológico ou assistência foi oferecido pelo hospital. As mães estão sendo amparadas apenas pela defesa”, afirmou Mendes. Uma das mulheres sequer foi informada diretamente sobre o local onde o filho estava enterrado, descobrindo a informação apenas através de uma nota divulgada na TV.

Os advogados levantam ainda preocupações sobre a possibilidade de outros casos semelhantes não identificados. “Não é comum ver trocas de bebês, mas também não é incomum no Brasil. Há suspeitas de que possa haver mais erros”, alertou o advogado Idelbrando.

De acordo com a defesa, os próximos os incluem aguardar os resultados dos exames de DNA para confirmar a identidade dos recém-nascidos antes de decidir sobre um eventual pedido de exumação. As investigações serão aprofundadas para verificar possíveis outros casos envolvidos, enquanto se prepara ação judicial por danos morais e materiais contra o hospital.

“Essas mães estão vivendo um duplo luto. Uma enterrou um filho que não era seu, e a outra sequer sabe se o bebê que perdeu era realmente o dela”, lamentou o advogado. Enquanto aguardam respostas, as famílias buscam justiça e transparência em um caso que expõe falhas graves no sistema de saúde.

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