Nesta terça-feira (20), uma mulher de 39 anos foi presa após atear fogo no companheiro. O crime ocorreu na residência do casal, na Avenida Central do Núcleo Bandeirante, por volta das 23h. Maria de Fátima Ferreira Moreira, que estava alcoolizada, utilizou etanol e fósforo para colocar fogo no parceiro.
Os vizinhos chamaram socorro e a vítima, Alexandre da Silva Azevedo, 40 anos, foi levada ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Ele teve 16% do corpo queimado e está estável. No momento do crime, Alexandre estava sob efeito de crack.
Segundo imformações, o casal discutiu porque a vítima, usuária de crack, desapareceu durante dias com o dinheiro do aluguel. Em depoimento, a acusada afirma que sumiços como este já ocorreram duas vezes. Ela também disse que os dois costumavam discutir pelo mesmo motivo, mas que nunca chegaram a se agredir. Desempregados, ambos têm ficha limpa na polícia e não há indícios de tráfico da drogas.
Maria de Fátima afirma que ateou o fogo em legítima defesa. Segundo ela, o marido tentou agredi-la fisicamente, além da agressão moral. O delegado de Polícia responsável pelo caso, Victor Dan de Alencar Alves, no entanto, diz que não há sinais de agressão e que, mesmo que houvesse, a acusada ultraou o que a lei considera como reação de defesa.
Além disso, em depoimento ela disse não se recordar do momento do crime, por estar altamente alcoolizada. Portanto, enquanto Alexandre não receber alta do hospital e prestar depoimento, a versão da acusada não poderá ser confirmada.
Por ser ré primária e pelo fato de a vítima se encontrar fora de perigo, ela responderá por tentativa de homicídio, podendo pegar de seis a 12 anos de prisão. Se for comprovado que Alexandre incitou ou facilitou o crime, Maria de Fátima poderá ter a pena diminuída. O delegado não citou a possibilidade de uso de leis de defesa da mulher.