Por Camila Coimbra
[email protected]
Moradores da QNF, em Taguatinga Norte, estão enfrentando diversos problemas devido à presença do Centro Pop na região. O aumento de roubos de carros, furtos a comércios e atentados ao pudor são algumas das queixas da população. Para reivindicar mais segurança e a mudança do Centro Pop para uma localização mais distante de residências e escolas, os residentes se reunirão em um protesto pacífico no dia 17/08, às 9h30, em frente ao estacionamento do Senai de Taguatinga.
O Jornal de Brasília esteve em contato com o grupo mobilizado pela causa na região, e foi pedido que não fossem identificados. “Desde que o Centro Pop de Taguatinga Norte foi instalado, em 2013, nós, moradores, principalmente do setor QNF/CNF, notamos o aumento da violência e todos vêm sofrendo muito com a falta de segurança. E, ao ar dos anos, só vem aumentando”, relembra um morador.
“Eles rasgam os sacos de lixo em busca de qualquer coisa que possa ser vendida, deixam o lixo todo espalhado nas calçadas e o serviço de limpeza não recolhe. Eles furtam placas de endereços, vasos de plantas e luminárias externas. Eles descartam nas garagens as marmitas que recebem do Centro Pop porque não há lixeiras por lá”, conta uma moradora.
Só neste ano, um morador conta que, pela segunda vez, tentaram invadir sua casa pelo telhado. Um funcionário relata que é a terceira vez que invadem a loja em que trabalha. Outra moradora gravou atos sexuais em frente às portas das garagens da rua. Os moradores, intimidados, começaram a gravar as ocorrências a fim de colher provas, atualmente o abaixo assinado a favor da segurança e recolocação conta com cerca de 3 mil s. Em março, nove deles se reuniram com a istração regional de Taguatinga e com a Secretaria de Desenvolvimento Social para buscar soluções.“Após nossas reivindicações em reunião realizada com a istração da cidade, deixamos uma pauta de solicitações, dentre elas o aumento do policiamento ostensivo. Como dobraram os números de ocorrência, estamos tendo uma ronda mais presente da PM. A istração também retira as casas improvisadas do cercamento”, explica um dos residentes da QNF.
Em nota, a istração Regional de Taguatinga informa que está monitorando as demandas relacionadas à população em situação de rua. Em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Desenvolvimento Social, estão sendo estudadas medidas para melhorar a segurança no local e proporcionar melhores condições para todos os envolvidos.
A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) esclarece que o Centro Pop Taguatinga é um importante equipamento público para a garantia de direitos e proteção social da população em situação de rua. A Sedes não prevê o fechamento ou a transferência de unidades, mas a ampliação para que mais pessoas em vulnerabilidade social sejam atendidas. Demandas acerca da segurança pública devem ser direcionadas aos órgãos competentes, que têm atuado em transversalidade com outras pastas por meio do Plano de Efetivação da Política Distrital para a População de Rua.
Nesse sentido, cabe à pasta salientar que a unidade é um espaço de apoio para a população em situação de rua guardar seus pertences, tomar banho, providenciar documentação civil, além de oferecer quatro refeições diárias (café da manhã, almoço, lanche e jantar). O Centro Pop também proporciona um endereço institucional como referência para utilização do usuário e é um importante sistema de registro dos dados de pessoas em situação de rua, permitindo a localização da/pela família, parentes e pessoas de referência, assim como um melhor acompanhamento do trabalho social, conforme determina a Resolução CNAS nº 109/2009.
A pasta reitera que não faz remoção compulsória de pessoas em situação de rua e também que não existem dados ou estudos que comprovem que pessoas em situação de rua são delinquentes ou cometem delitos.
O modelo de serviço ofertado pelo Centro Pop está previsto na legislação federal que rege o Sistema Único de Assistência Social (Suas). O Governo do Distrito Federal (GDF) atende à legislação e às diretrizes previstas na Política Nacional para a População em Situação de Rua.
