O início de uma nova etapa para a inovação e a inteligência artificial no DF começou nesta quinta-feira (22), por meio do lançamento do Centro Integrado de Inteligência Artificial (CIIA), pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
Fruto de um convênio celebrado entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-DF) e o Instituto Hardware Brasil (HBr), a iniciativa tem o objetivo de promover a pesquisa, o desenvolvimento e aplicação de soluções tecnológicas baseadas em inteligência artificial com a articulação entre os setores público, privado e acadêmico. O valor investido é de R$ 5 milhões.
Na prática, o CIIA vai ampliar a oferta de tecnologias emergentes e soluções de inteligência artificial em áreas estratégicas, como educação, saúde e segurança pública, com foco na criação de soluções tecnológicas que contribuam para a melhoria dos serviços públicos e o bem-estar da população. Além disso, a iniciativa visa a impulsionar o desenvolvimento acadêmico e econômico e a consolidar o DF como um polo de inovação tecnológica.
“É um projeto muito positivo, partindo de baixo para cima, detectando as necessidades, e eu tenho certeza que isso vai beneficiar a população do Distrito Federal, que será atendida também de forma mais eficiente e eficaz, com essa ferramenta que já é uma realidade do mundo inteiro”, ressaltou a vice-governadora Celina Leão durante a cerimônia de do termo de registro histórico do projeto.
Tecnologia de ponta
O CIIA vai abrigar uma infraestrutura tecnológica com colaboração entre pesquisadores e startups na modelagem de soluções para diversas áreas do DF, no Parque Tecnológico de Brasília (BioTIC). São 80 pessoas atuando no projeto, entre alunos, professores e consultores.
De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Reisman, o objetivo é facilitar a jornada do cidadão durante a prestação de serviços públicos. “O uso da inteligência artificial revoluciona nossas vidas, e a gente escolheu essas três áreas fundamentais para que elas enviem desafios para os centros, pesquisadores e startups e planejem soluções”, explicou.
O presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), Marco Antonio Costa, reforçou o compromisso do projeto: “Queremos que esse centro possa ser provocado pelas demandas públicas para que crie soluções avançadas utilizando a inteligência artificial e dando essa resposta rápida ao nosso cidadão”.
Eixos
A iniciativa se ancora em três eixos estratégicos principais: pesquisa, capacitação e inovação e empreendedorismo. Na área de pesquisa, os projetos serão desenvolvidos por meio de formalização de acordos com as respectivas secretarias para o aos dados e início efetivo do desenvolvimento.
No âmbito da saúde, será elaborado um projeto de otimização de filas com levantamentos aprofundados já realizados. Para a educação, serão pensadas iniciativas focadas na prevenção de evasão escolar, personalização de aprendizagem e otimização. Já o desenvolvimento de soluções de visão computacional vai permitir apoiar a segurança no Setor Comercial Sul (SCS). Problemas adicionais identificados serão direcionados para startups afins e estudantes.
O trabalho no eixo de capacitação será viabilizado por uma parceria com o Google para disponibilização de 5 mil licenças de cursos de IA a residentes do DF, além de acordos formalizados com dez instituições de ensino, sendo sete da iniciativa privada e três da pública, incluindo a Universidade do Distrito Federal Professor Jorge Amaury Maia Nunes (UnDF), o Instituto Federal de Brasília (IFB) e a Universidade de Brasília (UnB).
Encontros
“Todos os professores vão ar por formação para que o conhecimento chegue até o estudante”, detalhou a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. “É um trabalho que está começando hoje, mas que tem uma trajetória, um caminho a percorrer. Estamos muito satisfeitos com as benfeitorias que a IA pode trazer ao ensino.” Haverá mil licenças adicionais para a formação de educadores, e será ainda desenvolvido um curso especializado em IA para educadores da rede pública de ensino fundamental e médio.
Para o setor de inovação e empreendedorismo estão programados três encontros setoriais, com início na área jurídica. Serão engajadas mais de 100 startups interessadas em desenvolver soluções para o setor público. Ainda serão programadas articulações internacionais avançadas, incluindo visita técnica à China (Macau) prevista para o segundo semestre deste ano, missão ao Vale do Silício (EUA) com Google e outros parceiros e delegação para Dubai (Emirados Árabes) com startups locais.
“Juntos faremos o DF um laboratório vivo de políticas públicas baseada em inteligência artificial”, declarou o coordenador do CIIA, Ricardo Barros Sampaio. “Hoje a gente tem mais de 45 pesquisadores e consultores trabalhando diretamente no nosso projeto, em diferentes eixos, e estamos contratando mais 30 alunos até o final deste mês com a possibilidade de outros 50 alunos até o final do ano. Esses alunos e consultores fazem parte da equipe, mas toda a população pode se beneficiar daquilo que a gente tem tentado entregar como solução e como política pública para o Distrito Federal.”
*Com informações da Agência Brasília