
Como presente de aniversário nestes 65 anos da capital federal, o Jornal de Brasília doa sua própria história à cidade que se fixou no interior do país. São mais de cinco décadas de publicações impressas em mais de 17 mil edições sobre a metrópole que o JBr carrega no próprio nome. O Arquivo Público do Distrito Federal receberá todo o acervo para que cada uma das páginas que noticiam as histórias do dia a dia de Brasília, do Brasil e do mundo possam se manter conservadas ao longo dos anos.
Juntamente com as publicações do veículo que é a cara de Brasília, ainda serão doados os milhares de negativos de fotografias e fotos já reveladas que estamparam as edições do jornal na era analógica. Dessa forma, toda a população brasiliense e do Brasil terá o às milhares de páginas da história do JBr, que serão eternizadas no coração da cidade.
Para oficializar a doação do acervo e a parceria com Brasília, foi firmado um acordo entre o JBr e o Governo do Distrito Federal. No Palácio do Buriti, o sócio-proprietário, Marcos Lombardi, o diretor-superintendente, Renato Matsunaga, e o diretor de Marketing, Guilherme Lombardi, que fazem parte da diretoria do Jornal de Brasília, foram recebidos pelo governador Ibaneis Rocha em seu gabinete para marcar a entrega simbólica e reafirmar o compromisso do Grupo JBr com a história da cidade. O superintendente do Arquivo Público do DF, Adalberto Scigliano, foi a peça chave que intermediou a solenidade.
Para Ibaneis, a doação do acervo do JBr é uma maneira de manter viva a memória da capital e de abrir ao público as histórias marcantes de Brasília, contadas nas páginas do veículo. O governador reforçou a característica inovadora do jornal ao longo dos mais de 50 anos, que se conecta tanto com gerações anteriores quanto com as atuais.
“A grande maioria dos jovens hoje em dia não tem conhecimento do que se ou no Distrito Federal nos últimos anos. Então, essa memória que o Jornal de Brasília traz é importante para que as pessoas possam ir lá consultar, para que possamos fazer outras matérias revivendo momentos importantes da nossa capital. É de uma importância muito grande [a doação]”, afirmou Ibaneis.
O governador destacou que, desde o início do primeiro mandato, ainda em 2019, Brasília cresceu e se desenvolveu como uma cidade pujante, com uma economia cada vez mais atrativa e um povo cada vez mais realizado com as regulamentações e obras feitas ao longo dos últimos sete anos – fatos noticiados diariamente pelas páginas do JBr. Para os próximos anos, ele deseja que Brasília permaneça em pleno desenvolvimento.
“Quero que a cidade continue crescendo. Brasília merece muito. Temos várias áreas de expansão, como é o caso da região da DF-140, na região do Tororó, temos regiões que estão se consolidando istrativamente, como é o caso do Sol Nascente, onde temos levado infraestrutura. Brasília tem tudo para continuar crescendo, se desenvolvendo e levando oportunidades principalmente para os mais jovens. É uma capital que tem uma coisa importante: uma áurea de transformação. Ela permite que as pessoas tenham oportunidades e as aproveitem”, destacou. “É a capital da renovação.”
A primeira edição
Na solenidade simbólica de entrega, o diretor-superintendente do Jornal de Brasília, Renato Matsunaga, mostrou ao governador a primeira edição publicada do JBr, de 10 de dezembro de 1972. Naquele caderno, notícias sobre a última viagem homem à Lua (a missão Apollo 17), os desafios da fome no mundo, a infraestrutura da Rodoviária do Plano Piloto e, claro, sobre a chegada do novo veículo de comunicação de Brasília, que começou a ser planejado dois anos antes, em 1970. Cerca de 90% da redação era composta por estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e do Centro Universitário de Brasília (UniCeub).
“O governo vai receber todo o nosso acervo, com todas as nossas edições desde 1972, e juntamente com isso a maior parte das fotos como uma doação do jornal para a cidade. O Jornal de Brasília é uma empresa que vai viver por muitos anos, mas consideramos que tem muita história que pertence muito mais à cidade do que a nós”, destacou Matsunaga.
Ao folhear as páginas, ficam evidentes as mudanças das quais não apenas a cidade ou, mas também a própria produção diária do jornal, a começar pelo caderno maior, ainda em formato “standart”, tradicional. Atualmente, o JBr é produzido em formato tabloide, muito similar aos formatos europeus, mais modernos, objetivos e de fácil manuseio.
Para Ibaneis, é curioso ver as nuances e as transformações para o formato atual das páginas, que costuma ler diariamente pela manhã em casa. “Engraçado como antigamente tínhamos os classificados”, comentou. “A gente divulgava, no nosso escritório de advocacia, os avisos”, relembra. E Matsunaga reforçou: “Nós temos toda a história do DF e do Brasil [ao longo dos mais de 52 anos]. Toda essa cobertura agora estará fazendo parte do Acervo Público.”