Brasília leva 14 atletas surdos a competição mundial na Turquia

Os atletas brasilienses se destacaram entre os competidores de todo o país. 14 esportistas da capital federal integram a delegação brasileira composta por 99 atletas surdos que vão disputar em Julho uma competição mundial na Turquia. É a disputa da 23ª Surdolimpíada, realizada entre os dias 18 e 30 de Julho. Os atletas contam com apoio financeiro do projeto “Compete Brasília” (GDF), Ministério do Esporte e patrocínios privados. Os atletas de Brasília vão participar da competição no futebol masculino e feminino, vôlei, caratê, natação e atletismo.

A nadadora Jane de Freitas Silva, de 30 anos, que vai disputar a 23ª Surdolimpíada, exclusiva para atletas surdos, na Turquia. Foto: Nina Quintana/Agência Brasília

Jane é uma das atletas, carrega no peito medalhas de prata e de bronze dos Jogos Sul-Americanos de Surdos de 2014. Desde os 3 anos de idade, Jane de Freitas Silva, de 30 anos, faz da piscina um desafio de ouro. Ela mora em Santa Maria e nunca tinha disputado antes um mundial de natação. “Não tem como explicar a emoção que é ter essa oportunidade. Estou ansiosa para pegar logo essa medalha de ouro”, planeja a nadadora. Para voltar com o pódio, Jane treina duas horas por dia, três vezes por semana e tem um técnico para intensificar os treinamentos.

Surdos não entram na categoria paralímpica
A Surdolimpíada foi disputada pela primeira vez em 1924, na França, com nome de Jogos Internacionais Silenciosos. A competição é realizada a cada quatro anos e tem 22 modalidades. A participação do Brasil começou em 1993, na Bulgária. Na última edição, em 2013, a delegação brasileira, formada por 19 atletas, conquistou quatro medalhas — uma de prata e duas de bronze, na natação, e outra de bronze, no caratê.

Quem pode participar
Apenas atletas com perda na audição acima de 55 decibéis nos dois ouvidos entram na disputa. Como os esportistas surdos não se encaixam na categoria paralímpica, fazem essa competição específica com as mesmas regras das pessoas sem deficiência. O que muda é a forma de comunicação. A média de participantes nas paralimpíadas é de 4 mil, e a das Surdolimpíada, de 2,5 mil esportistas.