A tripulação do Brasil 1 está esperando todo tipo de obstáculo na disputa da sétima perna da Volvo Ocean Race. Pela experiência da competição, o trecho entre Nova York e Portsmouth, na Inglaterra, que começou nesta hoje, deve ser marcado por ventos fortíssimos de frente, ondas altas e o frio polar. “Nesses três primeiros dias, estamos esperando o pior de tudo o que já enfrentamos até agora. Então, se vier algo um pouco melhor, vamos estar no lucro”, explica o regulador de velas Marcelo Ferreira.
A preocupação é geral na equipe. Segundo o navegador Marcel van Triest, o início da perna será uma prova de fogo para todas as tripulações e barcos. “Nos primeiros três dias, três dias e meio, vamos encontrar contravento forte. No final da tarde de amanhã, provavelmente, vai estar ventando bastante. No sábado (13/05), a ventania será ainda maior”, afirma.
Construtor do Brasil 1, Horácio Carabelli ou os dois dias em Nova York fazendo a manutenção do barco. “Os dois dias para chegar a Nova York foram bastante duros para o barco, com contravento e ondas altas. Mais ou menos o que vamos enfrentar agora, nos três primeiros dias. Foram dois dias trabalhosos, mas é bom sair confiando que o barco não deve ter problemas”.
A etapa, de 3.200 milhas (5.900 km), foi inicialmente pensada para que os barcos da Volvo, os monocascos mais rápidos do planeta, quebrassem também o recorde da travessia do Atlântico. A organização, porém, contava com tempos melhores. “Esse tipo de condição é muito duro com o barco e com a tripulação, então ninguém deve dar o máximo logo no começo”, explica o comandante Torben Grael.
A previsão inicial é de que os barcos cheguem a Portsmouth, na Inglaterra, em oito ou nove dias. “Espero que sejam só oito dias no mar. Vai ser muito molhado, muito desconfortável. Eu prefiro em oito”, brinca o neozelandês Stuart Wilson, coordenador de velas do time brasileiro.