O técnico da seleção japonesa de judô Hitoshi Saito é um entusiasta da evolução brasileira nos dojôs. Responsável pelo treinamento da equipe esta semana em São Paulo, ele acredita que os dois países têm tudo para dominar as disputas no Campeonato Mundial de 2007, no Rio de Janeiro.
"Espero que todas as finais sejam entre Brasil e Japão", disse. Bicampeão olímpico, em Los Angeles-84 e Seul-88, ele compara a paixão do japonês pelo judô com a do brasileiro pelo futebol. "No Japão, o judô é como o futebol para os brasileiros. Vocês jogam desde criancinha, nós aprendemos a lutar na escola", afirmou.
Por isso, ele acredita que os dois países conseguem se destacar tanto em suas respectivas áreas. "A partir do momento que um judoca entra para a seleção, o único objetivo dele é a medalha de ouro", explica, ressaltando que uma medalha de prata na modalidade equivale a um fracasso.
"Nosso trabalho mental é o mesmo que a seleção brasileira de futebol está fazendo para a Alemanha. A prata é um fracasso porque temos o mesmo sentimento em relação ao judô que vocês têm com o futebol". Mas quando o assunto é evolução, ele parece seguro que os brasileiros conseguiram crescer mais no tatame que os japoneses no gramado.
À inevitável pergunta sobre as chances de o Japão derrotar o Brasil no último jogo da primeira fase da Copa do Mundo, Saito responde com um sorriso encabulado e conformado: "não tem chance". Para ele, é mais fácil o Brasil vencer em Mundial no judô que o Japão no futebol.
Apesar de os japoneses respirarem o judô para se manter na seleção. O campeão mundial dos pesados Yasuyuki Muneta confessa que não é muito chegado a futebol de campo, mas que se aventura com a bola nos pés. "Não acompanho futebol profissional, mas jogo futsal com meus amigos", diz o judoca, que na quadra joga no ataque.
O tricampeão olímpico e campeão mundial Tadahiro Nomura conheceu Zico e Romário, mas não chega tão longe quanto seu companheiro de seleção quando o assunto é futebol. Seu único desejo no momento é que os brasileiros torçam também para que o Japão seja vice na Alemanha, porque o título já tem dono.