O alpinista Vitor Negrete, de 38 anos, morreu na tarde de ontem após alcançar o cume do Monte Everest sem auxílio de oxigênio suplementar.
Negrete, que em junho de 2005 esteve no topo da montanha pela primeira vez, teria alcançado os 8.850 metros de altitude no início da tarde de quinta-feira, e pediu auxílio aos sherpas – moradores locais que ajudam na escalada – durante seu retorno ao acampamento três, que fica 550 metros abaixo do pico.
Ele ainda foi resgatado com vida, mas acabou não resistindo, informou sua assessoria de imprensa.
"Ele fez o cume no dia 18, por volta da hora do almoço, e estava descendo quando acionou ajuda do sherpa. Ele desceu até o acampamento 3 com vida, mas não sobreviveu", disse a assessora de imprensa do alpinista, Sueli Rumi, acrescentando que os horários não podem ser confirmados já que Negrete estava sozinho.
Negrete era um dos alpinistas mais experientes do país, sendo inclusive o brasileiro a ter escalado o monte Aconcágua – mais alto das Américas – pelo maior número de vias.
O ataque ao cume do Everest foi iniciado na quarta-feira, quando ele fez seu último contato com o Brasil. Ele partiu sozinho, já que seu parceiro de escalada Rodrigo Raineri sofreu congelamento de partes do corpo e preferiu permanecer na base.
"Estou a 8,3 mil metros de altitude, 550 metros abaixo do cume do Everest. Nas próximas horas vou sair daqui e fazer o ataque sem utilizar oxigênio suplementar", disse Negrete por seu telefone via satélite, na quarta-feira.
Negrete deixa dois filhos e esposa. Seu corpo será enterrado no próprio Everest, assim que seu companheiro Raineri chegar ao acampamento 3.
