Uma das cenas mais emblemáticas da personalidade forte da ex-atacante da seleção brasileira de vôlei, Márcia Fú, talvez seja quando ela foi cercada pelas jogadoras cubanas após a semifinal dos Jogos Olímpicos de Atlanta-96. Apesar do cerco, Fú não se intimidou, postura que também mantinha em quadra sempre que a bola estava em jogo.
A atual seleção nacional já tem uma herdeira deste legado: a meio-de-rede Walewska, que retorna ao grupo do técnico José Roberto Guimarães. A própria Márcia Fú, hoje com 36 anos, bate o martelo. “A Walewska é ótima jogadora, tem muita personalidade e para uma atleta essas características são importantes. Ela é forte, sabe o que quer e nisso parece comigo. Ela não tem medo, vai para cima das adversárias. Nesse sentido, me vejo refletida”, afirma a ex-jogadora natural de Juiz de Fora (MG).
As comparações não param por aí. “Ela não é só raçuda, também tem uma grande qualidade técnica. E é muito bom ter uma ‘Márcia Fú 2’ na equipe. É importante para o time ter uma jogadora com essas características. Acho que fui um bom exemplo. As pessoas têm respeito pelo que fiz, gostam de mim. Porque sempre dei o melhor em todos os lugares onde joguei”, diz Márcia.
Wal, de 26 anos e nascida em Belo Horizonte, fica feliz pela comparação, mas não consegue dimensioná-la. “Não consigo perceber isso, não. Quando comecei na seleção, as meninas – a Leila, a Virna, a Fernanda … – falavam isso, que o estilo era parecido. Eu queria muito pegar um vídeo meu e um dela jogando para ver se existe essa semelhança, pois eu não consigo perceber. Eu vi a Fú jogar, mas nunca pensei ser comparada a ela. Tecnicamente ela jogava muito bem. É uma honra essa comparação, não sei nem como receber isso”, ite.
A identificação com a ex-jogadora é tanta que levou Walewska a mudar de ídolo. “Quando fui convocada pela primeira vez, a Fú ainda estava na seleção, só que no ano seguinte ela saiu. Então, tive pouco contato com ela para perceber isso no dia-a-dia. E ela já parou de jogar. Ela jogou no Vasco no último ano dela. Engraçado, quando comecei, eu gostava muito da Ana Moser, mas hoje em dia ela (Márcia Fú) é um ideal”.