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Brasil

Corregedoria indicia 17 PMs presos por suspeita de envolvimento na morte de delator do PCC

Segundo a Corregedoria, dez dos PMs foram indiciados nesta quinta-feira (30) e os outros sete serão indiciados na próxima segunda-feira (3)

Redação Jornal de Brasília

31/01/2025 11h05

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Corpo de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach estendido na frente da saída do terminal 2 de Guarulhos, na Grande SP – Miguel Schinchariol – 8.nov.2024/AFP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Corregedoria da Polícia Militar indiciou os 17 policiais suspeitos de participar do assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do PCC morto no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro do ano ado.

Todos os 17 PMs já estão presos. O interrogatório dos policiais começou ainda na manhã de quinta.

Segundo a Corregedoria da PM, o inquérito do caso deve ser concluído nos próximos dias e encaminhado para a Justiça Militar.

Segundo a Corregedoria, dez dos PMs foram indiciados nesta quinta-feira (30) e os outros sete serão indiciados na próxima segunda-feira (3).

“Eles só serão processados, de fato, quando o inquérito for remetido para a Justiça e o Ministério Público apresentar a denúncia”, reforçou a Corregedoria.

No início de janeiro, a Corregedoria da PM e a Força-Tarefa do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) prendeu um tenente, um cabo e um soldado da PM suspeitos de assem o empresário. Outros 14 policiais militares também foram presos por suspeita de envolvimento com o PCC numa operação da Corregedoria, inclusive agentes que integravam a escolta pessoal de Gritzbach.

Os policiais acusados de atirar contra o empresário são o cabo Denis Antonio Martins e o soldado Ruan Silva Rodrigues. Já o tenente Fernando Genauro da Silva -que trabalhava na 1ª Companhia do 23º Batalhão da Polícia Militar, na capital paulista- é acusado de dirigir o carro em que estavam os atiradores.

A Folha de S.Paulo apurou que a investigação descobriu que o celular de Silva recebeu ligações exatamente no momento em que o carro saiu para levar os atiradores até o delator e depois uma nova ligação quando o carro é abandonado.

A defesa sustenta que o tenente é inocente. “Ele não cometeu esse crime, ele não estava no dia dos fatos”, disse o advogado Mauro Ribas. As defesas dos demais PMs também negam que eles tenham participado do crime.

Na quarta-feira (29), a equipe que investiga o caso identificou que parte da munição usada no ataque pertencia à Polícia Militar paulista.

Os indícios de que a munição usada no crime era da PM surgiram na análise pericial das armas e das munições apreendidas tanto na cena do crime como no carro, encontrado a cerca de sete quilômetros do aeroporto.

Conforme policiais ouvidos pela Folha de S.Paulo ligados à investigação sobre o assassinato de Gritzbach, a Polícia Civil rastreou a numeração dos projéteis, consultou a empresa fabricante, a CBC, e teve a confirmação de que parte da munição utilizada no crime era de um lote adquirido pela Polícia Militar.

A investigação que culminou na prisão dos policiais começou após uma denúncia anônima recebida em março do ano ado sobre o vazamento de informações sigilosas da polícia que favoreciam criminosos ligados à facção. O objetivo era evitar prisões e prejuízos financeiros do grupo criminoso.

Segundo a Corregedoria, informações estratégicas eram vazadas e vendidas por policiais militares da ativa e da reserva para integrantes do PCC. Um dos beneficiados pelo esquema era Gritzbach.

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