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Brasil

Polícia investiga morte de defensora pública de RR após tentativa de colocar DIU

Na última sexta (28), uma inspeção foi realizada no consultório da médica Mayra Suzane Garcia Valladão, responsável pelo procedimento, para auxiliar na apuração

Redação Jornal de Brasília

02/04/2025 12h55

Foto: Divulgação

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS)

A Polícia Civil de Roraima investiga a morte da defensora pública estadual Geana Aline de Souza, 39, após a tentativa de inserir um DIU (dispositivo intrauterino).

Na última sexta (28), uma inspeção foi realizada no consultório da médica Mayra Suzane Garcia Valladão, responsável pelo procedimento, para auxiliar na apuração.

A defensora morreu no dia 25 de março em consequência de uma infecção generalizada uma semana após a tentativa de inserção de um DIU, que não chegou a ser concluída.

A principal linha de investigação da polícia é a prática de homicídio culposo com os agravantes de possível negligência, imperícia ou imprudência no procedimento, disse o órgão.

Em nota, a defesa da médica afirmou que ela colabora com as investigações e que a morte não teve relação com o atendimento realizado pela profissional.

“[A médica] prestou toda a assistência necessária, conforme será devidamente comprovado no momento oportuno”, disse a defesa.

Questionada pela reportagem sobre a razão de a inserção do DIU ter sido interrompida, a advogada da profissional afirmou que os dados do histórico de saúde da paciente são sigilosos.

Ela também afirmou que a médica prestou assistência após o procedimento, e que Mayra não relatou problemas.

Apesar de afirmar possuir pós-graduação em ginecologia e obstetrícia, a médica não tem registro de especialidade na página estadual do CRM (Conselho Regional de Medicina). A defesa afirma que a profissional não se apresenta como especialista nesta área, em atenção ao que determina as regras de publicidade do CFM (Conselho Federal de Medicina).

A inserção do DIU não é restrita a médicos com residência em ginecologia e obstetrícia. Uma nota técnica do Ministério da Saúde de 2021 orienta apenas que o procedimento seja feito por médicos capacitados para o procedimento, e não por enfermeiros.

A delegada responsável pelo caso, Jéssica Muniz, disse que a inspeção feita no consultório da médica foi feita ao lado da vigilância sanitária e teve o objetivo de verificar as condições de biossegurança dos equipamentos utilizados no procedimento.

Conforme a delegada, as investigações e depoimentos das pessoas envolvidas estão sendo realizados, incluindo o interrogatório da médica responsável.

“Aguardamos a conclusão do laudo pericial do material biológico da vítima, realizado pelo Instituto de Medicina Legal (IML) para darmos continuidade aos trabalhos”, afirmou, em nota divulgada pela Polícia Civil.

Procurado, o CRM-RR não respondeu. O CFM disse que não se manifesta sobre casos concretos por ser uma instância recursal.

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