A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em forte queda hoje, site online depois que comentários do chairman do banco central norte-americano reforçaram preocupações sobre juros maiores nos Estados Unidos e desaceleração econômica, visit derrubando as bolsas de Nova York.
Os juros futuros dos Estados Unidos mostravam uma chance de 64% de o Fed promover o 17º aumento consecutivo no juro no fim de junho, click ante 48% na sexta-feira. Ben Bernanke enfatizou a necessidade de o Fed se manter "vigilante" depois de altas recentes no núcleo de indicadores de inflação. Juros maiores nos Estados Unidos reduzem a atratividade de investimentos em ativos mais arriscados, como a Bovespa.
"Os comentários de Bernanke deixaram claro que o Fed será cauteloso para garantir que o recente padrão de elevados núcleos de inflação não seja sustentável", disse John Canavan, analista da Stone and McCarthy Research Associates, em Princeton. "O simples fato de Bernanke escolher realçar inflação, ao invés de potencial fraqueza da economia, concentrou a atenção do mercado."
O principal indicador da bolsa paulista encerrou com baixa de 3,17%, a 36.739 pontos. O volume financeiro, entretanto, foi baixo: R$ 1,5 bilhão, ante a média diária do ano de R$ 2,5 bilhões. Nos Estados Unidos o Dow recuou 1,77% e o Nasdaq cedeu 2,24%.
A fraqueza de Wall Street ajudou a ofuscar a notícia de recompra de títulos da dívida externa para melhorar o perfil do endividamento do País e a queda de 14 pontos do risco-país, para 261 pontos-básicos. A recompra contempla até US$ 4 bilhões.
"Achei que essa notícia da recompra ia animar o mercado. Mas nunca vi mercado sem liquidez subir. Toda vez que perde liquidez aproveitam para bater. O mercado ruim lá fora deu o pretexto", disse o diretor da Novação Distribuidora, Carlos Alberto Ribeiro.
Dos 56 papéis do Ibovespa, somente três subiram. Entre as quedas mais acentuadas ficaram Tim Participações e Telemar, com baixas de 7,6% e 6,9%, respectivamente. As blue chips Petrobras e Usiminas caíram 3,74% e 4,30% também respectivamente.
A agenda econômica do dia foi fraca. O ponto alto da semana é a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária, na quinta-feira.
"Ainda há certo grau de incerteza quanto aos próximos os do Copom em relação à taxa de juros básica. Espera-se que a leitura desse documento dê indicações de como a taxa de juros se comportará no segundo semestre", avaliou a consultoria Austin Rating.