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Em meio a ‘revolta’, Espanha prevê recorde de turistas

O número é 13% superior ao do mesmo período no ano ado, quando também foi superado o dado anterior, segundo o comunicado do ministério

Redação Jornal de Brasília

22/07/2024 7h17

spain tourism demo

Foto: JAIME REINA / AFP

Enquanto enfrenta uma rebelião populacional contra o turismo excessivo, a Espanha afirmou na quinta-feira, 11, que espera receber neste verão (Hemisfério Norte, entre junho e setembro) quase 41 milhões de turistas estrangeiros, em um novo recorde para o país. As previsões foram publicadas pelo Ministério do Turismo.

O número é 13% superior ao do mesmo período no ano ado, quando também foi superado o dado anterior, segundo o comunicado do ministério. As receitas turísticas geradas por visitantes estrangeiros deverão aumentar 22%, para € 59 bilhões, acrescentou.

Os números são divulgados em um momento em que a população, principalmente da cidade de Barcelona, demonstra cansaço com o que chama de “turismo excessivo” no país. Durante o fim de semana, milhares foram às ruas de Barcelona para protestar. Alguns dos manifestantes usaram pistolas com água colorida que fizeram com que visitantes perplexos fugissem dos restaurantes, abandonando refeições pela metade.

Os manifestantes, que carregavam placas com frases como “Turistas, vão embora”, afirmam que o turismo inflacionou o custo de vida para os locais, enquanto a receita dos visitantes não tem sido distribuída de maneira justa pela cidade. Com o aumento das viagens após o fim das restrições da pandemia, a frustração na Espanha reflete uma crescente reação contra o turismo excessivo em todo o mundo.

Liderados pela Assembleia de Bairros pelo Decrescimento Turístico, os manifestantes listaram 13 demandas em um manifesto publicado no dia 6, incluindo restrições às acomodações turísticas, menos terminais de cruzeiros no porto da cidade, entre outros.

Em resposta às crescentes preocupações, o prefeito de Barcelona, Jaume Collboni, prometeu reservar ao menos 10 mil unidades residenciais normalmente usadas por turistas para moradores locais e aumentar os impostos sobre turistas, além de outras medidas.

Global

Barcelona há muito tempo é um destino turístico popular. No ano ado, quase 26 milhões de pessoas visitaram a região, segundo dados oficiais, e a Espanha foi o segundo país mais visitado do mundo, de acordo com a Organização Mundial do Turismo da ONU.

Mas a cidade não está sozinha em sua irritação com os visitantes Locais no Japão, Indonésia, Grécia, Itália e Holanda também tomaram medidas para conter influxos no último ano.

No Japão, uma cidade tentou instalar uma enorme barreira em um ponto turístico popular em frente ao Monte Fuji para impedir que turistas tirassem selfies e causassem congestionamentos.

No ano ado, o governo grego impôs um novo sistema de ingressos com horário marcado para a antiga Acrópole, Patrimônio Mundial da Unesco, junto com um limite de visitantes de 20 mil por dia.

Veneza experimentou cobrar taxas extras dos turistas, enquanto Amsterdã restringiu a construção de novos hotéis.

“Acho que a questão principal aqui é o desenvolvimento sustentável do turismo e a gestão sustentável dos fluxos turísticos dentro de um país”, disse J.J. Zhang, geógrafo do turismo na Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Estadão conteúdo

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