Menu
Mundo

Governo Trump acusa Columbia de violar direitos civis de estudantes judeus

HHS alega que universidade foi discriminatória, violando o “Título 6”. A norma do departamento proíbe instituições que recebem assistência financeira federal de discriminar com base em raça, cor ou origem nacional em seus programas e atividades

Redação Jornal de Brasília

23/05/2025 18h41

Jim Watson/AFP

Foto: Jim Watson/AFP

ANGELA CELESTE
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Após proibir estudantes estrangeiros em Harvard – decisão que a Justiça dos EUA derrubou nesta sexta-feira (23) -, o governo Trump acusa a Universidade de Columbia de violar a lei de direitos civis para estudantes judeus.

Universidade foi acusada de “indiferença deliberada” em relação a suposto assédio contra alunos judeus. Segundo o Escritório de Direitos Civis do HHS (Departamento de Saúde e Serviços Humanos), a instituição teria adotado essa postura depois do ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, em Israel.

HHS alega que universidade foi discriminatória, violando o “Título 6”. A norma do departamento proíbe instituições que recebem assistência financeira federal de discriminar com base em raça, cor ou origem nacional em seus programas e atividades.

Em comunicado, governo afirmou que universidade não protege judeus. As constatações, segundo a gestão Trump, baseiam-se em informações e documentos obtidos durante investigação interna sobre a postura da instituição ao logo de mais de 19 meses. A investigação teria levado em conta entrevistas com testemunhas, análise de políticas e procedimentos escritos, além de reportagens da mídia registrando “incidentes e eventos antissemitas” na Universidade de Columbia.

“As conclusões documentam cuidadosamente o ambiente hostil que os estudantes judeus da Universidade de Columbia tiveram que ar”, disse porta-voz do HHS. Conforme divulgado pelo portal norte-americano ABC News, Anthony Archeval, diretor interino do Escritório de Direitos Civis do HHS, afirmou que incentiva o diálogo com a Universidade de Columbia para que seja firmado um “acordo que reflita mudanças significativas que protejam os estudantes judeus.”

Em comunicado, universidade diz que trabalhará em conjunto com o HHS e o Departamento de Educação para resolver a situação. Columbia destaca que a descoberta faz parte de discussões em andamento com o governo e que está “profundamente comprometida em combater o antissemitismo e todas as formas de assédio e discriminação em nosso campus”.

Essa foi mais uma medida de Trump contra universidades americanas. Na quinta-feira, o governo dos EUA proibiu a matrícula de estudantes estrangeiros em Harvard, decisão derrubada nesta sexta-feira (23) pela Justiça. Segundo a porta-voz da Casa Branca, Abigail Jackson, a universidade teria transformado uma “grandiosa instituição” em um “viveiro de agitadores antiamericanos, antissemitas e pró-terroristas”

COLUMBIA JÁ DISPENSOU 180 PESQUISADORES DEVIDO A CORTES DE TRUMP

Em março, a gestão Trump suspendeu o ree de mais de US$ 400 milhões. O governo Trump afirmou que a instituição não havia agido o suficiente contra o antissemitismo. Diante do corte, a reitoria da universidade teve de encerrar ou não renovar contratos com cientistas e pesquisadores que estavam sendo pagos com os recursos do governo.

Em 19 de março, a presidente interina da Universidade de Columbia, Katrina Armstrong, se pronunciou sobre o caso. “O antissemitismo, o assédio e a discriminação de qualquer tipo são inaceitáveis e colocam em risco tanto nosso senso de comunidade quanto nossa missão acadêmica.”

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado