A vice-primeira-ministra do Canadá, Chrystia Freeland, anunciou nesta segunda-feira (16) sua renúncia ao governo, em meio a “diferenças” com o primeiro-ministro Justin Trudeau sobre como enfrentar a ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump , de tarifas de importação de 25% aos produtos canadenses.
“Discordamos sobre o melhor caminho a seguir para o Canadá”, escreveu Chrystia Freeland, que também é ministra das Finanças, em uma carta publicada na rede social X, na qual se refere ao “grande desafio” que seu país terá pela frente.
“Nosso país enfrenta hoje um grande desafio. A nova istração americana está aplicando uma política de nacionalismo econômico econômico”, continua.
“Para ser eficaz, um ministro deve falar em nome do primeiro-ministro e com sua plena confiança (…) Você deixou claro que já não tenho essa confiança de maneira crível e que já não tenho a autoridade que isso implica”, escreveu Freeland, que por muito tempo fez parte do círculo próximo a Trudeau.
Freeland, que ocupava vários cargos ministeriais desde que Trudeau chegou ao poder em 2015, acrescentou que na sexta-feira lhe ofereceu “outro cargo dentro do gabinete”.
“Cheguei à conclusão de que (…) o único caminho honesto e viável é renunciar”, afirmou.
Como ministro das Finanças, Freeland explicou a necessidade de levar “extremamente a sério” as ameaças tarifárias de Trump.
“Isso significa manter nossa pólvora fiscal seca hoje, para que tenhamos as reservas que podemos precisar para uma futura guerra tarifária. Isso significa evitar truques políticos caros, que não podemos permitir e que façam os canadenses duvidarem de que reconheçamos a gravidade do momento.”
O governo canadense está em choque desde que Trump anunciou, há quinze dias, sua intenção de importar tarifas de até 25% para produtos do país.
O principal parceiro comercial do Canadá é os Estados Unidos, que representam 75% de suas exportações.
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