JULIANA ARREGUY E BRUNO RIBEIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse que, em 2026, o campo da direita deve travar “uma guerra” na eleição ao Senado. Ele também afirmou aguardar uma posição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre qual cargo disputará no próximo pleito.
A fala ocorreu nesta quinta (22) durante a cerimônia de filiação do secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ao PP. Ele defendeu que a Presidência da República deve ser disputada por Jair Bolsonaro (PL) que, mesmo inelegível, deve manter a candidatura até ela ser indeferida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“Quem vai falar quem será o candidato a presidente é o Bolsonaro. Por quê? Porque ele é o dono dos votos”, disse Valdemar.
Derrite retornou ao PP após quase três anos filiado ao PL. Valdemar afirmou que ele havia deixado o partido por causa da composição eleitoral para 2022, mas que sempre manteve bons termos com a sigla.
Por isso, segundo o dirigente do PL, ambos os partidos articulam para ocupar as duas vagas ao Senado que serão disputadas no estado no próximo ano.
Ele disse que espera lançar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o próprio Derrite. “Ele [Eduardo] é um candidato eleito hoje pelas pesquisas. Então, nós vamos trabalhar muito para ele manter essa candidatura, porque ele tem uma vaga garantida e pode ser que a outra vaga seja do Derrite. Vai ser uma guerra, não vai ser fácil, não”, declarou.
Valdemar desconversou sobre a possibilidade de Eduardo ser o vice de Tarcísio em uma eventual disputa presidencial. O chefe do PL acrescentou que o deputado, em autoexílio nos Estados Unidos desde março, retornará ao Brasil ao fim da licença de quatro meses. “É lógico que ele vai voltar”, afirmou.
O político disse que não daria declarações sobre a demissão de Fábio Wajngarten do PL após atritos com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e evitou colocá-la como presidenciável para 2026. “Nós temos que ver o que o Tarcísio vai resolver para que a gente possa resolver nossa vida”, disse Valdemar.
Tarcísio tem dito que não sairá candidato à Presidência, de forma a demonstrar sua lealdade a Bolsonaro, e também tem defendido que o ex-presidente, seu padrinho político, será o candidato da direita em 2026.
O governador também esteve no evento preparado pelo PP, em uma casa de shows na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo. A cerimônia, inclusive, chegou a ser adiada para que o governador pudesse participar.
Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, disse que, caso Tarcísio saia candidato à Presidência, o partido defenderá que Derrite seja o candidato ao governo paulista.
“Aí o Derrite deve ser candidato ao governo. Nós vamos defender isso, mas é lógico que é uma construção”, disse Nogueira.
Apesar da projeção de Tarcísio como presidenciável, Ciro declarou que o partido apoia o projeto de lançar Bolsonaro ao Palácio do Planalto.
“Vamos insistir até o fim com a candidatura do Bolsonaro. Se isso não ocorrer, a dona Michelle ganharia bem a eleição do Lula. Tarcísio ganharia fácil, acho que os filhos estão muito fortes. Qualquer nome apoiado pelo Bolsonaro é muito competitivo. A dona Michelle não tenho nem dúvidas que ganharia essa eleição com muita facilidade”, afirmou.