O diretor americano Martin Scorsese invade o universo da loucura em seu último filme, “Ilha do medo”, na qual o ator Leonardo DiCaprio faz um personagem bem diferente do que estava acostumado a interpretar.
O “medo” e a “paranoia” são os principais elementos da história, as sensações que “nos acompanham até hoje”, disse o diretor na apresentação da obra hoje em Roma.
Scorsese lembrou da sua infância para explicar os motivos que o levaram a realizar esta adaptação do romance homônimo de Dennis Lehane e afirmou conhecer bem esses sentimentos por ter crescido em Nova York dos anos 50, período em que se a a história.
Além disso, Scorsese reconheceu a influência de grandes diretores do cinema clássico como Fritz Lang, Otto Preminger e Billy Wilder, que conferem uma linha cinematográfica próxima ao “terror gótico” e ao “thriller psicológico”.
“A violência tem um “aspecto formativo” que se evidencia no personagem de DiCaprio e permite entender a viagem interna em que se desenvolve o filme”, disse o diretor.
O ator afirmou que “este é o seu personagem mais difícil, para o qual teve de fazer uma preparação especial”.
O protagonista de “Titanic” (1997) interpreta Teddy Daniels, um policial federal atormentado que depois de ir à Segunda Guerra Mundial em 1954, deve investigar, com a ajuda de seu companheiro (Mark Ruffalo), o desaparecimento de uma interna de um hospital psiquiátrico.
Para encarnar Teddy Daniels, DiCaprio disse ter buscado os extremos de comportamento, tentando alcançar a “dualidade” da história.
O filme estreia oficialmente em 13 de fevereiro no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Livros de Lehane renderam outras histórias no cinema, como “Sobre Meninos e Lobos” (Clint Eastwood, 2003) e “Medo da verdade” (Ben Affleck, 2007).